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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Uma questão cultural

Tarkovski odiava Eisenstein, que odiava Dziga Vertov, que odiava Pudovkin, que amava Griffith, também amado por Hitchcock, por sua vez odiado por Orson Welles, visceralmente amado por Godard, que também amava Rosselini e Samuel Fuller, com a mesma intensidade que Nicholas Ray, que tinha um ódio mortal de Hitchcock, muitíssimo amado por Truffaut, amante também de Cassavetes e de Fritz Lang, que não amava absolutamente ninguém.
Estes nomes marcaram o cinema, grandes realizadores que definitivamente povoaram com suas obras as emoções de pessoas, ideologicamente, com suas diferenças, nos seus tempos e com suas técnicas, mas com um enorme talento, eis uma homenagem para eles.
Claro que na qualidade de apreciador, confesso que tenho uma fraqueza por Serguei Eisenstein, vanguardista russo, construtivista e suprematista que constituem o vanguardismo, onde no construtivista estabelecido após a revoluçao russa de 1917 , onde a arte, a arquitectura seriam projectadas como objecto social, servindo o Homem, o suprematista originado por Kazimir Malevich, funda a "pré-escola" da pintura abstrata, nunca esquecendo que este sentimento, que depois Mayakovski defeniu como a supremacia do puro sentimento em 1915. É neste ambiente e sob estas influências que Serguei Eisenstein vai iniciar o conceito de cinema como meio de expressão artistica, como arte que é (não como esta actual onde só o meteoro, a catástrofe de 2012 (risos), os virús sao motivo de cinema...)
"Oktyabr", o "Encouraçado Potemkin", "Alexander Nevski" são algumas das suas obras geniais, posso afirmar com deleite que são juntamente com "citizen kane" de Orson Welles as maiores obras primas do cinema, para não me acusarem de neorealismo soviético, esta magnifica obra de Orson, também tem um lugar previlegiado.
Com Serguei deve se ainda referenciar que a poderosa indústria cinematográfica dos E.U.A, tentaram aproveitar o seu imenso génio, mas a sua mensagem politica não podia ser expressa em país de tão "extensa liberdade",apesar de amigos como Charlie Chaplin (simpatizante esquerdista....)
Depois de Sergui, aparece um grande nome, o nome da verdade objectiva filmada, Dziga Vertov, que como ninguém, deu um novo conceito aos documentários, pioneiro da metáfora no cinema, deu um novo folgo ao cinema, á verdade, ao sentido da objectividade com a simplicidade, que irá marcar a década de 60 depois de Serguei.
Tarkovski por ser critico, mas realista, confirmo, na ficção cientifica, nada fez de especial, nada como um mero plágio de Stanley no Odisseia no Espaço, e o desvio do cinema como função social, reconheçendo as excelentes técnicas que utilizava, e a enorme capacidade creativa, lamenta-se o facto de não a ter exercido com superior sentido de arte para o Homem.
Pudovkin dá o ênfase no plano individual como fragmento básico do filme coloca-o muito mais próximo do que Eisenstein dos teóricos cinematográficos realistas. Mesmo em seu período mais formativo, quando falava da criação de eventos pelo cinema através da montagem, Pudovkin queria ligar os planos para levar o espectador a aceitar sub-repticiamente um acontecimento, uma história ou um tema. Eisenstein mencionou isso e reinvidicou, não uma ligação, mas uma colisão, não uma platéia passiva, mas uma platéia de co-criadores, para para forçar o espectador a sentir um evento cinematográfico como se fosse um evento natural.
Por estes motivos se percebe a minha homenagem, repondo um sentido de justiça, sobre o que é cinema, para quem é, qual a sua finalidade.
Querer qualidade não é crime, não é uma questão de estética, mas sim sempre de conteúdo.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Regresso...

Quero começar por saudar todos os leitores, seguidores do blog, manifestar meu apreço pelas palavras carinhosas, calorosas e apoiantes que enviaram.
Quero transmitir a ideia que irei continuar a escrever aqui, tenho realizado a escrita de blog em outros locais, mas porque não continuar aqui?
Devo confessar que estou em ponderação, mas a inclinação é forte para continuar.
Prometo solenemente que nada mudara, a ironia, as metáforas, a má-lingua, o eixo-do-mal, são brincadeiras para isto, porque neste espaço, o que conta é a clara certidão da verdade como dizia Fernão Lopes grande cronista e historiador sem precedentes.
Obrigado a todos os leitores.

Jonhy Sacramine