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terça-feira, 19 de abril de 2011

FMI: Resgate à banca e ao grande capital.


Ao anunciar a falência, Teixeira dos Santos ajudou os especuladores a ganharem mais uns milhões com os juros da nossa dívida soberana; mas, sobretudo, tornou claro que o Governo iludiu a situação real do país nos últimos meses e que a oposição falhou no seu papel fiscalizador. Não é por fazer 30 perguntas agora, quando sabemos que elas serão respondidas pelos técnicos estrangeiros instalados no Ministério das Finanças, que as supostas oposições o PSD,CDS-PP se redimem do seu rotundo fracasso.
A confissão de Teixeira dos Santos veio confirmar que quando José Sócrates rejubilava com os primeiros dados da execução orçamental de 2011, a bancarrota já estava iminente. E não seria o PEC 4 a impedi-la, dado que as principais medidas que ele consagrava só produziriam efeitos em 2012 e 2013.

Por exemplo aqui podem ouvir neste link http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1828896 o nosso ainda ministro das finanças a proclamar que ainda vai ajudar a banca, que com lucros de milhões ainda vai espremer o Estado, entenda-se todos os Portugueses, para aumentarem os seus lucros.


Portugal vive a crise mais grave depois do 25 de Abril, em que está em curso uma gigantesca operação de manipulação da opinião pública, levada a cabo pelo governo, pela direita, e pelos comentadores que têm acesso privilegiado aos grandes media, para levar os portugueses a pensar que existe apenas uma “solução” – a dos PEC´s e agora a da U.E., BCE e FMI- que devem aceitar e resignar-se, é fundamental mostrar que existe uma alternativa que, para ser mobilizadora, terá de ser global, coerente, consistente e exequível, não podendo se limitar a meras palavras de ordem, ou a propostas ou reivindicações isoladas ou desarticuladas. Mas para isso é necessário saber como se chegou e por que se chegou à actual situação.

A situação actual é muito diferente da que existia aquando das intervenções do FMI em1978/79 e em 1983/84. E isto porque foi a partir da última intervenção do FMI em Portugal, que se iniciaram, com Cavaco Silva, as privatizações em larga escala das empresas públicas, perdendo o Estado instrumentos importantes de politica macroeconómica, e passando o poder económico a dominar o poder politico e a condicionar toda a politica económica do País. Pode-se mesmo dizer que a situação actual do Pais resulta de uma politica económica orientada para servir os objectivos desses grupos de elevados lucros. Para o conseguir, face ao crescimento anémico da economia portuguesa, o País, o Estado, as empresas e as famílias endividaram-se profundamente.

O Estado endividou-se para construir, entre outras coisas, estádios de futebol, auto-estradas e adquirir submarinos, ou então cobrir gastos em que não existiu uma vontade politica séria para combater eficazmente o desperdício e a má gestão garantindo assim gigantes lucros aos grupos económicos. Promoveu-se o transporte rodoviário muito mais caro, poluente e criador de dependência externa, em prejuízo do transporte ferroviário e marítimo. O governo multiplicou Parcerias Público Privadas, a maioria auto-estradas, cujos custos atingirão nos próximos anos cerca de 60.000 milhões €, que asseguraram elevados lucros aos grupos financeiros e da construção civil.

Ainda quero acrescentar que a situação actual é também diferente e mais grave do que a existente em 1977/78 e em 1983/84, quando os governos de então pediram também a intervenção do FMI, porque Portugal, com a entrada no euro, perdeu o poder para alterar a taxa de câmbio e para emitir moeda.

Agora pergunto eu, se realmente é isto que querem? Se sim então votem na Troika PS, PSD, CDS-PP, se não, votem na Esquerda patriótica que nunca teve responsabilidades na situação que vivemos.

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