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domingo, 30 de janeiro de 2011

Canfranc a Estação que dava um filme: A ignorância se refere à falta de conhecimento, sabedoria e instrução sobre determinado tema, ou ainda à crença.








Depois de ler a obra "El oro de Canfranc" uma magnifica obra que relata alguns episódios da história da rota do Ouro NAZI,confiscado aos judeus essencialmente. mas de igual forma a outros prisioneiros feitos pelos seres mais execráveis que a história já conheceu.
Queria apenas fazer um breve apontamento antes de entrar no meu comentário sobre esta obra e alguns relatos que gostaria de fazer, porque tendo conhecido um ser que vive obcecado e compulsivo com o mais elementar e primário ANTI-COMUNISMO, que mais o aproxima dos NAZIS ALEMÃES, ou dos Fascistas Italianos e Portugueses, preocupado sempre com a União Soviética de Estaline a mesma que os Comunistas Portugueses oportunamente já fizeram a sua critica, mas louvor em alguns actos, por exemplo o post anterior sobre auschwitz, que fora libertado pelo Exército de "Estaline"....
Como o saber não ocupa espaço, começo a ficar convencido que a ignorância em alguns casos ou manifestamente é devido a alguma doença mental, ou algum caso de ANTI-COMUNISMO PSIQUIÁTRICO, ou esse individuo é ACÉFALO...Creio que efectivamente reúne todos os adjectivos acima referidos.
Depois de esta breve caracterização de uma personagem real, que pode bem ser uma personagem-tipo, de um Auto de Gil Vicente passo ao que realmente interessa, á história da Estação de Canfranc e a colaboração de Franco e Salazar com as autoridades Nazis e negócios que ajudar e suportaram a II guerra Mundial originada pela máquina criminosa Nazi.
A estação de Canfranc fica situada no município com o mesmo nome, no Vale de Aragão, na Comarca de Jacetania, na província de Huesca.


Canfranc Ouro é a história das vicissitudes da International Alfândega durante a Segunda Guerra Mundial. A estação de fronteira, a competência franco-espanhola, foi o cenário do tráfego de pelo menos 86 toneladas de ouro nazi da Suíça para Portugal e Espanha em 1942 e 1943.
Em contrapartida, os regimes de Franco e Salazar tungstênio neutro e de ferro vendido para a máquina de guerra de Hitler. Esses produtos também cruzaram a fronteira dos Pirinéus centrais, que abriu em 1928. Canfranc foi o centro deste comércio. Combinada a passagem de comboios nos dois sentidos, com a introdução de um sistema de distribuição com caminhões empresas suíças foi possível graças a um acordo secreto entre Espanha e Suíça.
Embora Canfranc estação internacional é de oito quilômetros em território espanhol, as tropas de Hitler colocou a suástica na plataforma francesa de novembro de 1942 até o verão de 1944, quando muitos trens carregados com os que fogem a derrota alemã na França . Os aliados usaram a travessia dos Pirinéus centrais, colocada durante os primeiros anos da guerra na França não ocupada, e entrou para o lugar onde os segredos, moedas e até mesmo as rádios com as quais eles devem se comunicar com a Resistência Francesa, que se estava formando.


Canfranc podia ser a cena de um filme como Casablanca, embora a história dessa travessia de fronteiras durante a Segunda Guerra Mundial ainda está por se escrever. A rota do ouro nazi para a Península Ibérica, a presença das SS e da Gestapo, a porta para a fuga de muitos judeus e até dos vencidos alemães, e os episódios de contra-espionagem dignos de um romance de John Le Carré. Tudo isto aconteceu em Canfranc entre 1942 e 1945.


A Alfandega internacional foi reaberta após ter sido fechada durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) para impedir uma invasão de França. Pouco depois, em 1942 e 1943, viveu uma actividade que nunca mais foi a mesma até ao seu encerramento em 1970. A suposta neutralidade da Espanha durante o conflito que resultou num período de turbulência na Europa vai chegar para movimentar 1.200 toneladas de mercadorias por mês na rota Alemanha-Suíça-Espanha-Portugal, entre elas 86 de ouro nazi, roubado aos judeus.

Alemanha controlou a Alfandega internacional de Canfranc durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) com um grupo de oficiais da SS e o membros da Gestapo, que viviam no hotel da estação e numa cidade próxima. A Espanha não estava em guerra, mas Franco tinha uma posição de não-beligerância 'sui generis'. Devia devolver a ajuda que Hitler lhe deu na guerra Civil o que se traduziu no envio de toneladas de Volfrâmio de minas na Galiza, um mineral essencial para proteger os seus tanques e canhões. Muitas dessas explorações foram abertas por empresas alemãs que operavam em Espanha através da Sociedade Sofindus(Sociedade Financeira Industrial), uma holding alemã muito bem relacionado com Demetrio Carceller, diretor do Instituto Espanhol de Moeda Estrangeira (IEME), o único órgão que poderia comprar ouro...

Os "Documentos de Canfranc", cujo conteúdo Herald revelou esta semana, provando que em troca do apoio estratégico para o prolongamento da guerra, a Espanha recebeu, no mínimo, 12 toneladas de ouro e 4 de ópio, enquanto Portugal atingiu 74 toneladas de ouro, quatro de prata, 44 armas, 10 relógios e outros itens, o resultado da pilhagem dos judeus. Esses dados podem ser apenas a ponta do iceberg. Os originais desses documentos, enviados para o chefe de tráfego de mercadorias de Madrid, não existem. Portugal foi a porta de entrada de mercadorias da América do Sul e, no final da II Guerra Mundial, a saída de muitos alemães que encontraram refúgio na Argentina, Uruguai, Brasil e Paraguai. Por isso, recebia mais ouro.
"Havia queijos da Argentina, com uma pele muito espessa para suportar a viagem ou o açúcar que chegava a Lisboa", recorda Julio Ara.

Em Irun e Port Bou os nazis permaneceram no outro lado da fronteira, na França ocupada, mas em Canfranc viviam do lado espanhol na estação, localizada na Espanha, havia dupla jurisdição.

Concertos na estação

«Os alemães viviam na estação e realizavam concertos de piano na sala de jantar. Eles eram muito educados. Dançavam Valsa com as meninas de Canfranc e ofereciam-lhes chocolates. Eles eram engenheiros ou químicos e nós ignorantes que tínhamos muita fome durante a guerra, confessa um vizinho de Canfranc que na altura teria 14 anos e agora prefere manter-se no anonimato. Se alguma história de amor foi idealizada, como em Casablanca, não perdurou.

"Embora estivessem a servir no lado francês não havia nenhum problema a passar para o lado espanhol. Alguns viviam na pousada Marraco. Havia seis oficiais fixos e outros á paisana da Gestapo, mas às vezes chegavam grupos de vinte soldados uniformizados que vinham da frente para descansar", acrescenta.

Os vizinhos de Canfranc, abalados ainda pelos efeitos da Guerra Civil fugiram para França, mas agora não podiam atravessar a fronteira. Precisavam de um Salvo Conduto. "Desde Anzánigo, era uma área impermeabilizada", diz um vizinho. Um dos documentos "Canfranc", datado de 24 de maio de 1940 e assinado pelo super intendente da Unidade de Pesquisa e Vigilância, disse que "todo aquele que vivia na área a partir de 18 de Julho de 1936 devia apresentar-se num prazo de oito dias na Esquadra com a relação dos que viviam em sua casa, com os certificados das pessoas e empresas. "O não cumprimento levava ao regresso forçado á sua antiga residência ", avisa.

Os Carabinieri, a Guardia Civil e os oficiais SS eram inflexíveis com o roubo de bens, como relógios, que eram transportados para Portugal. "Roubaram uma caixa e eles procuraram-na. Um rapaz chegou a ser enforcado e outro multado em muito dinheiro ", contam em Canfranc.

A falta de liberdade de movimento juntava-se á fome mitigada pelas mercadorias que eram descarregadas. O salário médio de um trabalhador era de 200 pesetas por mês. Então, sempre se desviava alguma coisa dos comboios para casa. "Sacavam-se latas de sardinha, açúcar, óleo, café ou vinho que enviavam os portugueses da Madeira. Menos mal, pois passava muitas mercadorias e podíamos levar umas coisas, porque havia muita fome ", diz Daniel Sanchez, 87 anos, um dos poucos canfraneros que pode contar que carregou caixas com lingotes de ouro ás suas costas.

O ouro nazi chegava por comboio a Canfranc de acordo com os documentos descobertos pelo francês Jonathan Diaz na estação em novembro do ano passado, após a gravação de um anúncio da loteria de Natal. Entre julho 1942 e dezembro de 1943 atingiu 45 comboios, seis deles com destino a Espanha ("importação" aparece no papel) com 12 toneladas de ouro, e o resto do "trânsito" com destino a Portugal, que recebeu 74 toneladas de metais preciosos. Daniel descarregava o ouro dos comboios suíços pela ponte internacional e colocava-o em camiões suiços que se encarregavam de leva-lo para Madrid e Portugal, através das fronteiras de Badajoz, Valencia de Alcántara e Fuentes de Oñoro.

O historiador Pablo Martín Aceña, director da comissão espanhola que investigou as compras de ouro nazi pela Espanha, disse que a Península Ibérica recebeu estes carregamentos até agosto de 1945, por Hendaya, Port Bou e Canfranc, mas não sabe em que proporção.«Os serviços de inteligência dos aliados contabilizaram 135 saídas da fronteira franco-suíça de Bellegarde para a Península Ibérica», aponta.

Estes comboios transportavam "um total de 300 toneladas ". Portugal comprou muito ouro que saiu da Bélgica e Holanda. O que foi recebido por Espanha (IEME), é evidente a partir das contas que foram investigadas no Reichbank, o Banco Nacional Suíço e o IEME. Outra coisa é que as empresas espanholas na Alemanha cobraram em ouro e depositaram-no em Londres ou Zurique. Calcula-se que 20 toneladas de ouro entraram em Espanha pela troca de Volfrâmio ", assinala Martin Aceña.
Esse Volfrâmio que ainda pode ser visto, 60 anos mais tarde, no cais e nas vias mortas da estação de Canfranc.
Portugal e Espanha exportaram esse minério para a Alemanha, no entanto, em 1944 os aliados pressionaram o regime de Franco e de Salazar parar com as exportações, a fim de acabar com a guerra.» 1


A ultima Visão História (nº8, Portugal e a II Guerra Mundial) escreve também algo muito interessante sobre o tema, referindo-se que muito do ouro vindo para Portugal foi "comprado" pelo Santuário de Fátima entre outros pormenores dos quais se cita o seguinte:

«Os negócios entre o Portugal de Salazar e a Alemanha de Hitler ainda escondem mais do que revelam. E a versão oficial da "Comissão Soares" sobre o ouro nazi deixou uma série de pontas soltas. Lentamente, porém, segredos comprometedores vieram à tona...»

Do livro "Portugal e o Plano Marshall" da historiadora Fernanda Rollo também se extrai o seguinte:
Na ponderação das condicionantes que terão contribuído para determinar a atitude de Portugal em dispensar inicialmente auxílio Marshall colocava-se ainda outro problema: a questão do ouro alemão, cuja legitimidade de posse, tal como referia o Ministro das finanças no Parecer datado de 27 de Agosto de 1947, nos era contestada.
Permanecem porém, muitas divergências quanto á quantidade recebida de ouro "sujo" por parte de Portugal.

Por isso antes de andarem preocupados com falsificações de História, em falsear a história, deviam se preocupar em não deixar branquear a História.

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