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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Anabela Campos

http://aeiou.expresso.pt/guerra-de-poder-na-portugal-telecom-ao-rubro=f567174

Engraçada jornalista, incrível pelas suas "teses" económicas, provocatoriamente pelas suas opiniões quer de suprema ignorância, contudo depois de algumas entrevistas analisadas, quero deixar uns breves apontamentos sobre as opiniões sobre as suas teses económicas.
Primeiro na questão do orçamento de estado, a sua opinião da redução do défice é "brilhante", primeiro aconselha a cortar nas despesas, apregoando as teses económicas da "cartilha liberal", não propondo como a maioria dos economistas receitas para as contas do Estado, visto que as empresas Estatais que foram nacionalizadas, canalizando os lucros outrora do Estado, para o bolso do grande capital, afectando assim as receitas outrora fortes e pesadas nas contas do Estado.
Falando em aumento de impostos, é fácil, visto que a senhora Anabela é funcionária do grupo impresa, não sabendo os seus méritos para tal, ou então acrescento que ela como os outros brilhantes economistas que por ai andam á anos com as suas "teses" que depois no terreno económico não se verificam correctas, ou produzem efeitos nefastos para a economia.
Obviamente que se percebe porque é funcionária do grupo impresa, ou não fosse o patrão o senhor militante numero 1 Francisco Pinto Balsemão.
Mas não me desviando do assunto, esta senhora, na questão dos aumentos dos pilotos da tap, ao que ela proferiu serem superiores aos salários do primeiro-ministro e do presidente da républica, não se manifestou contra os vencimentos dos administradores e do seu presidente (ultra-católico diga-se de passagem) proferindo que é imoral estes aumentos, não contrapondo a situação das empresas públicas empresariais, do sector do estado nas participações nas empresas, sendo imoral no caso tanto da EDP como no caso da PT.
Depois na questão dos mercados, referindo a questão da instabilidade, não referindo as causas, nem referindo as tropelias que acontecem no mercado, refere pressão sobre sobre estes, conferindo a sua opinião em que os mercados estão instáveis devido aos défices públicos...
Contudo o que salva referir é que os mercados estão como estão não somente derivado ás politicas governativas neo-liberais, mas também porque a roubalheira que já todos assistimos no caso bpn, bcp, bpp, sem referir mercados internacionais, em que a roubalheira foi suprema, refere que os défices públicos têm uma clara influência nos mercados, mas no entanto a análise da questão deve ser meramente analisada na questão dos créditos que o governo pode atrair exteriormente, porque de resto o próprio mercado segundo os "especialistas" regula-se a ele próprio...
Superior falsidade esta...
Quero no entanto dizer que depois de ver as entrevistas desta senhora, dos economistas da "cartilha" e ainda assim indo mais longe as do próprio Cavaco Silva, primeiro-ministro durante 10 anos, e de todo o programa da sic, que não sei bem se é a sede própria do psd, quero dizer claramente que estes senhores e senhoras deviam ser definitivamente enviados para a faculdade para aprender politicas públicas, politicas sociais, e não da "economia casino" que têm levado este país ao descalabro.
Por isso antes de opinarem façam um voto de silêncio, ou calem estas estações televisivas que têm o descaramento de colocar este "painel" incluindo a senhora Anabela Campos, onde sou obrigado a citar "Quando uma nação foi forçada a recorrer ao direito de insurreição, volta ao estado natural com relação ao tirano. Como poderia este invocar o pacto social? Ele aniquilou-o". Embora Rousseau não afirmasse que o rei estava vinculado ao povo por um contrato, admitia que, no estado de insurreição provocado pela usurpação do poder soberano do povo pelo monarca, a volta ao estado de natureza implicava num último recurso que o indivíduo ainda tinha de poder defender-se contra os ataques do inimigo, sob pena de perecer"
É isto que alguns tentam fazer, evitar o descalabro, não nos guiando por estes "esclarecidos" artigos ou entrevistas de opinião....
Ganhem vergonha e regressem ás faculdades de economia, mas com outros professores, porque a lição é péssima.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Superioridade



Como a mentira FUNCIONA, tem que se desmistificar a mentira quando ela é apregoada mil vezes, ainda que de maneira diferente, pois depois de ler o livro (Foi Assim), as entrevistas de Zita Seabra, não me resta outra alternativa, antes de dedicar um post ao 25 de Abril, tenho que dizer com toda a frontalidade, que aquela senhora conseguiu já bater o recorde de mentiras quer do Goebbels, quer do Hitler.
Isto porque tomar uma postura contra os posicionamentos desviantes sempre constantes da Zita, era ridículo, porque as suas posições diante da própria história, se encarregaram de um dia colocar a inteligencia no lugar certo.
Isto porque estamos na habitual celebração da data que irá inaugurar o período mais luminoso da história deste país, seria injusto para com a pessoa de Álvaro Cunhal e os milhares de Comunistas que deram o seu valioso contributo e alguns pagaram com a vida por valores como os que acredito, ao longo da ditadura e mesmo depois do 25 de Abril.
Contudo essa senhora, apregoa que foi uma revolucionária, no vídeo insinua-se bolchevique ( termo histórico especifico que designa o termo maioria, depois da separação da ala menchevique no P.O.S.D.R.) que curiosamente significa Maioria, algo que a Zita "democrática " não entende, ela que queria "reformar" o partido, e quando esta cartilha, diz "reformar", eu digo destruir, pois a história do movimento sindical e comunista foi severamente atingido na sequência das "reformas" perestroika e glasnost, bons princípios que não foram levados á letra,pelos dirigentes que queriam tudo menos o socialismo verdadeiro, obviamente era isto e não somente o que a Zita queria, era poder dar entrevistas com ela própria num triste e humilhante espectáculo de representação farsosa, era ter uma entrevista na r.t.p. com a Judite de Sousa e escrever um péssimo livro, mentiroso, sem escrúpulos e acima de tudo com tiques de quem escolhe ser uma verdadeira nulidade em termos de rigor intelectual e moral, porque o seu conhecimento limitado é demais evidente.
Nesta entrevista apanham-se mentiras fascinantes, delírios anti-comunistas e de uma inferioridade intelectual, que meus senhores, na minha óptica sou forçado perante os padrões das "bestas" (armas medievais mortíferas...)considero mais culto e mais honesto intelectualmente o G.W. Bush, sendo que os efeitos daquilo que ambos defendem, seja o mesmo, a exploração, a morte, os regimes mais fascistas e reaccionários, em deterimento do ser Humano, suporto-me na tese politica do apoio dos do "costume" mas mais concretamente ao P.S.D. da Sra. zita, aquando do apoio claro e total á guerra do Iraque, na época primeiro-ministro Durão Barroso.
Isto para que fique bem claro a distância humana que nos separa é imensa, tinha que o frisar.
Contudo, para terminar, queria aconselhar duas coisas, aos leitores deste artigo, a entrevista com a Judite de Sousa, onde ela mente com todas as letras, dizendo ai que o último contacto foi numa recepção de uma embaixada, onde existiu segundo ela disse uma troca de olhares, algo que não acredito, porque o Álvaro Cunhal nem falava dela para "não poluir mais a atmosfera", mas nesta entrevista, já diz que estava a falar com as "tias de Cascais", que perderam o medo de Álvaro Cunhal...
Pobre coitada esta senhora, que mente tão descaradamente...
Contudo além das inverdades do livro, mentiras absolutas já refutadas pelo Vítor dias, e pelo artigo do avante, deixo no ar, a "coerência" da Zita na questão do aborto, e a questão de ser mesmo em si do próprio veneno da imoral e da incoerência, quero agradecer uma frase da Zita no seu livro, que sem querer, pela sua ignorância profunda no livro, diz o seguinte: "já só existem comunistas em Portugal", termino com um, obrigado Zita, afinal ainda os existe, segundo, prova que o comunismo no mundo não morreu, e que afinal nós somos uns bons exemplos para o Mundo.
E deliciem-se com o degradante espectaculo, porque, chamar circo ou palhaçada ao vídeo acima postado, era ultrajante.
Afinal foi mesmo e é mesmo Assim, a superiorida moral do nosso lado, o ridículo e a miséria do outro, miséria causadora do sofrimento de milhares. Foi Assim e eles bem querem que continue assim... Até um dia..

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Um ano depois.... 36 anos depois


Não me debruçarei muito tempo a dissertar sobre o já muito escrito, multilateralmente sobre o blog, um ano depois, o blog continua forte ou fraco, não sei, esteticamente bonito, feio, não sei, não me interessa, apenas o seu conteúdo.
Se o objectivo era levantar a discussão, originar a reflexão, então uma vitória tem que se assinalar, não porque fui eu que a ganhei, mas porque todos discutimos, e se quer não se goste, quer se goste das ideias discutidas, um ponto é assente, é que a perspectiva de hoje a nossa massa jovem continuar atenta, esclarecida, observadora, interventiva é sinal de esperança, de força e convicção no futuro, desde já admito, não tenho fé no futuro, nem sequer esperanças, tenho convicção que um Portugal e um Mundo diferentes são possíveis, onde as formulas são as mesmas de outros tempos, com outros vectores, novos fenómenos, novos problemas, mas com a certeza imutável da história: A Luta de Classes.
Honestamente como dizia Émile Zola "A verdade marcha e nada conseguirá detê-la", pois não é preciso ter uma escola politica, ter um curso superior, frequentar tertúlias, ambientes de reflexão para se perceber que se é pobre, o pobre faltando-lhe as mais elementares condições politicas, sociais e económicas, parte em busca do que é seu, na sua humilde concepção materialistica e existencial.
Para fazer um ano de blog, quero dizer que volvidos trinta e seis anos da instauração da "democracia", embora isto me pareça mais uma plutocracia como na época do fascismo, onde o despudor e exploração sem preceitos levarão a que o povo Português parta em busca do conceito de justiça, em todos os seus domínios.
As classes possidentes, teimam em não ceder, em não reformular o podre sistema capitalista, detendo os instrumentos de poder económico, social e militar e até grande parte de cultural, procuram asfixiar a vontade do povo, segundo a lógica do lucro, querendo escravizar o nosso povo já escravizado faz séculos.
No entanto este país, atrasado até de mentalidades no fétido e podre capitalismo, como no século passado, recuso a fazer as reformas, que se tornarão inevitáveis, que levaram aqui a fazer-se uma revolução, ao contrário de quase todos os países Europeus.
No entanto, não a quero assim, em forma de esmola, em forma de "caridadezinha", mas não se esqueçam, o povo tomara aquilo que lhe pertence, seja, em Abril, em Maio, em Dezembro, num qualquer ano, pois, o aprofundamento da crise capitalista, paga com a escravidão do povo, será o motor que novamente irá colocar o país na rota da destruição desta exploração sem-vergonha ao nosso povo.
Abril sempre, hoje, á um ano, á trinta e seis anos, pois Abril é quando o povo quiser, e não com os caciques a "evoluírem".
Contudo não iria acabar para os governos, pessoas e enfim, aqueles coitados do costume a quem a escrita progressista assusta com uma citação de Émile Zola "Os governos suspeitam da literatura porque é uma força que lhes escapa"

Liberdade sempre, politica, social, cultural e económica.

domingo, 4 de abril de 2010

Bloco de Esquerda (ou mesmo de direita)


Pois, bem, depois de alguns anos de experiência, de alguns factos observados e analisados, o Bloco de Esquerda cada vez me surpreende mais pela negativa,ridiculamente e provocatoriamente pelo facto que isto não é novo existirem "grupinhos", porque não passam disso, em que se dedicam a combater os progressistas, porque como dizia Urbano Rodrigues, eu hoje não sei se posso dizer que sou de esquerda, porque existindo ai socialistas e bloquistas de "esquerda", prefiro usar termos que nos distingam, pois sem dúvida alguma que as tropelias são tantas que temos que começar a enumerar os pensamentos deste senhores.
Começando então pelo topo, pela sua génese, esses grupos outrora conjuntos de associações e de partidos, já na época do governo de Vasco Gonçalves se dedicavam a combater o governo provisório que mais "pisou" os calos do grande capital, que reformou e instalou processos e conquistas que ninguém até á época tinha ousado enfrentar, desde as nacionalizações, passando pela conquista do salário mínimo, entre as bases para a futura instalação de um serviço nacional de saúde e de educação, por isso meu espanto histórico vai para o facto de eles terem combatido os únicos governos que de facto de verdadeira esquerda e progressista existiu aqui neste fétido país.
Avançando uns bons tempos para a frente, começa a festa do ridículo, pois o bloco de esquerda, fez do pcp o seu maior inimigo, partido politico, social, cultural e económico, atenção a estas quatro vertentes, pois do bloco de esquerda, nem uma encontro, até porque nem um partido são, apenas um conjunto de grupinhos sustentados pela comunicação social, aliás aqui a uns tempinhos atrás, o elogio do Louçã para com o jornal do Belmiro, do grupo sonae, O Público, foi revelador dos favores que para ali andam "dando os parabéns ao jornal de livre opinião" referindo-se ao mesmo.
Mas isto não é tudo, pois como tenho conhecimento pessoal, posso começar a fazer a minha acusação real e objectiva sobre eles, sobre os seus "desabafos" e as suas intenções.
A intenção da coordenação nacional do bloco de esquerda, sempre foi a de atacar o PCP, com visto a roubar o eleitorado comunista, considerando na óptica deles que "é o alvo mais fácil", engraçado facto este, quererem derrubar aqueles que se prepõem efectivamente a querer construir o verdadeiro socialismo.
Depois a questão dos ataques constantes ao PCP e a países socialistas, tais como cuba, onde fazendo coro aos capitalistas e mesmo fascistas, criticam um regime socialista, hostilizado desde o primeiro dia pelos E.U.A. num embargo vergonhoso e destruitivo para com aqueles país e aquele povo, fazendo apologia do seu anti-comunismo feroz e primário.
Contudo, continuando esta critica, fundamentada, a "festa" continua, primeiro aquele exemplo do "sindicalista" Chora da Auto-Europa já referido aqui num artigo do blog, aquelas concessões que fizeram á entidade patronal, é como querer pedir esmola, quando os lucros não param de subir da entidade patronal, sacrificando direitos dos trabalhadores, em nome da dita competitividade que o grande capital não se cansa de apregoar, claramente que tudo isto se paga, já pagando agora os trabalhadores, vamos ver de futuro, o que nos reserva quando a fábrica fechar, para além do mais, que Chora, no discurso de despedida do Manuel Pinho, aquele horror de ministro, os elogios disseram tudo...
Continuando a saga, deste "fabuloso" bloco de esquerda a festa continua, falavam do sectarismo do PCP para com os seus militantes, da suposta falta de liberdade no interior do PCP, mas esquecem-se (talvez não estejam habituados a regras, leis, deveres) estatutários, onde como se sabe ninguém é obrigado a entrar para um partido, a filiação é natural e pessoal, portanto a filiação pressupõe que o indivíduo concorde com a matriz ideológica e programática do partido em questão, logo que não esteja de acordo, pode sair do partido e entrar para o "cardápio" de partidos que ai existem, sem querer fragmentar e dividir a unidade do partido, mas logo eles, que na questão da Joana Amaral Dias, aliás péssima politica, muito pouco preparada, também ela de direita, não esqueço o seu apoio a Soares, que diga-se não fica distante nem um bocado da questão de Manuel Alegre, outro anti-comunista feroz, deputado na A.R. que sempre suportou os governos de direita do partido socialista, como logo ficaram nervosos, a excluíram num bom "Maoísmo" onde a retiraram propositadamente de um vídeo elocutivo daquela "suposta" luta que eles travam.
Depois passada esta ressaca do apoio a Manuel Alegre, onde eles procuram desesperadamente colar-se a uma estratégia que tenta ser a "VENCEDORA", querendo penso eu, dizer depois, dos resultados que foram "obra deles", apoiam aquele que não sossegou enquanto os governo de Vasco Gonçalves não fosse derrubado, para instalar o do Pinheiro de Azevedo (triste espectáculo na época diga-se) isto entre enumeros episódios recambolescos, do Manuel Alegre.
Continuando esta saga, tenho a frase de uns jovens bloquistas, que dizem tudo, um primeiramente disse, que quando acaba-se a licenciatura, visto que a dele em privada é de "mérito", dizendo-se do bloc, tendo sido até candidato pelo bloco, pronunciou num jantar, que "eu vou chular a segurança social até dizer chega", pois, está tudo dito, querer "chular2 um sistema fragilizado pelos governos de direita, sendo "chulado" indevidamente por cidadãos que se aproveitam das falhas do sistema, inseridos na estratégia até partidária diga-se de passagem, é bem revelador do que as pessoas do bloco são.
Contudo não ficamos por aqui, a festa continua, outro dia visitando um amigo meu de Barcelos em Coimbra, fiquei siderado com a afirmação de outro dirigente bloquista Coimbrense, em que afirmou em público, que o objectivo do Bloco de Esquerda é ser o novo partido socialista de Portugal.... Confessam e bem as verdades estes rapazes...
Depois uns preocupados com Cuba, recebendo eu o email, como recebi de um jovem, muito jovem mesmo, verde em tudo, até na inteligência, eu não resisto a os designar de bons burgueses, bons na direita, sem dúvida alguma, pois nunca se sabe, eu até me antecipo, não vão eles falar na tal Républica Democrática da Coreia Do Norte, que eles dizem ser comunista, embora a ignorância enfim, não escolha pessoas, porque o partido chama-se "Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte"~, ao invés de partido comunista, eu termino com a provocação, de onde estão as eleições internas para a designação das concelhias de Barcelos no bloco? Onde se realizaram? Quem votou? Quantos eram? As actas? Talvez quem as tenha feito, tenha sido o candidato em 2005 pelo bloco de esquerda, que depois se candidatou pelo P.S.D. nas de 2009.
Ou melhor, falando da "Coreia de S. Martinho", pois deve ser essa que eles falam "a esquerda moderna, plural e democrática", onde a familia todo do dirigente local se candidatou por uma freguesia...
Afinal as monarquias existem, e dizem-se de esquerda....
Tenham Vergonha meus senhores....

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sexta-feira, 2 de abril de 2010

A Ilha dos Pinguins volta á carga (ensaio sobre a prostituição intelectual)


Depois de uma leitura fascinante, sobre esta obra rica e diversificada, com uma obrigação clara, para quem a lê, de paciência, mas também uma considerável cultura geral, pois entender processos teológicos exige conhecimento das razões éticas e religiosas, posições defendidas pela igreja, as suas determinações e ambições em ser classe possidente, mas não somente isso, também a obra carece motivação, também de entendimento sobre história da humanidade, nomeadamente da história dos poderes religiosos, militares e políticos, bem como dos preconceitos morais e intelectuais.
Com isto podemos passar á obra, e a uma critica á medida se impõe, nestes tempos de confusão entre liberdades de expressão, de moralidades, de confusões e de pensamentos, mas isto para os que ainda que por conhecimento, se debruçam na critica ao que é a luta da humanidade, fazendo jus da sua classe dominante, a defendendo por natureza, algo que naturalmente não me identifico.
Para Anatole France para quem não sabe e faz questão de não aprender com a wikipédia, daquela que o governo actual se preocupou ( isto porque talvez o governo e o séquito aprendam o Portugûes numa qualquer "nova oportunidade")seu verdadeiro nome era Jacques François A. Thibault. Esse antigo leitor, bibliotecário e crítico literário de grande sucesso, membro da Academia Francesa desde 1896, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1921. Muito influenciado pelo racionalismo radical de inspiração humanista, condenava todo o dogmatismo e toda a especulação filosófica. Com o romance O Caso Crainquebille (1901) envolveu-se no Caso Dreyfus, defendendo a reabilitação do oficial judeu Alfred Dreyfus, condenado injustamente. Anatole France é autor de sugestivos romances históricos como Tais (1891) e Os Deuses Têm Sede (1912), sobre a Revolução Francesa, assim como a biografia Vida de Joana d'Arc (1908). Outros romances de destaque são: O Crime de Silvestre Bonnard (1881) e A Ilha dos Pinguins (1908). No ano de 1922 a Igreja católica pôs sua obra no "Índex" por criticar a sociedade e a Igreja. Anatole France filiou-se ao Partido Comunista no início dos anos 20.
Claro que nos tempos que correm se Anatole fosse vivo, não sei se não teria que escrever uma Arquipélago dos pinguins, porque por ai, andam milhares de ilhas, daquelas que povoam mentes, predominam em mentes, porque o obscurantismo e má fé de hoje, não estão distantes dos tempos da idade média, dos autos-de-fé, dos "índex" em que escrever é algo perigoso, se contudo para isso a desonestidade intelectual seja imperativa.
Claro que também em outra hipotese, poderia ele ser processado, (com certa ironia minha), porque podera eventualmente saber que a origem da Ilha dos pinguins é algo que seja "mau" para alguns pinguins, não sei de daqueles da "Argentina" nas pampas que fugiram da SGM (segunda guerra mundial) e fundaram colónias de sobreviventes nazis, se daqueles democratas espalhados por ai, porque como se dizia no livro ""Quando o baptismo dos pinguins foi conhecido no Paraíso, não causou nem alegria nem tristeza, mas uma extrema surpresa", adaptando a uma ideia minha, seguramente de que anda por ai muito Homem que enfim, de democrata tem tanto como eu de fascista.
Contudo, nunca será demais lembrar, uma vez que nas "vogues" de hoje, se fala em direitos de autor, nas não-coincidências, dos registos escritos, para não confundir pensamentos, relembra-se que a Ilha dos Pinguins, talvez na óptica dos que representam o Portugal velho, mas que não têm lugar neste Portugal de novos, que querem um novo Portugal, porque a questão é mesmo, um livro comunista, pois foi feito por um comunista, logo nas mentes "democráticas" não pode ser lido.
Porque eventualmente o crime será coisas como comer, reproduzir-se ou defecar passarão a ser alvo de restrições, tabus, códigos... nada voltará a ser simples e natural como dantes.
Ao longo destas páginas vamos poder assistir ao crescer e desenvolver de uma comunidade humana e perceber o ridículo de certas convenções e as origens de muitas perversões e iniquidades da sociedade ocidental. A religião é duramente criticada e os seus santos e milagreiros desmistificados. Não escapam também à crítica nesta sociedade de Pinguínia as proibições culturais, as origens da propriedade privada ou da nobreza.
Um “pinguínico” caso Dreyfus, paradigma da injustiça e anti-semitismo camuflado da sociedade francesa de finais do século XIX, é também longamente dissecado por Anatole France. São várias, aliás, as situações que facilmente poderemos reconhecer e comparar com os dias de hoje.
Claro que eu democrata como sou. não termino com proibições, negações, frustações, mas com sorrisos, porque vou utilizar um excerto novamente do Anatole para terminar:

Em Inglês: "The law, in its majestic equality, forbids the rich as well as the poor to sleep under bridges, to beg in the streets, and to steal bread."
"I prefer the errors of enthusiasm to the indifference of wisdom."
"If fifty million people say a foolish thing, it is still a foolish thing"

Em Português sognifica:

"A lei, na sua majestosa igualdade, proíbe os ricos, assim como os pobres de dormir embaixo de pontes, de mendigar nas ruas e roubar pão. "
"Prefiro os erros do entusiasmo à indiferença da sabedoria."
"Se cinqüenta milhões de pessoas dizem uma coisa tola, ainda é uma coisa tola"

Voto nisso: Miguel César Capelo Leite De Sousa