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sexta-feira, 2 de abril de 2010

A Ilha dos Pinguins volta á carga (ensaio sobre a prostituição intelectual)


Depois de uma leitura fascinante, sobre esta obra rica e diversificada, com uma obrigação clara, para quem a lê, de paciência, mas também uma considerável cultura geral, pois entender processos teológicos exige conhecimento das razões éticas e religiosas, posições defendidas pela igreja, as suas determinações e ambições em ser classe possidente, mas não somente isso, também a obra carece motivação, também de entendimento sobre história da humanidade, nomeadamente da história dos poderes religiosos, militares e políticos, bem como dos preconceitos morais e intelectuais.
Com isto podemos passar á obra, e a uma critica á medida se impõe, nestes tempos de confusão entre liberdades de expressão, de moralidades, de confusões e de pensamentos, mas isto para os que ainda que por conhecimento, se debruçam na critica ao que é a luta da humanidade, fazendo jus da sua classe dominante, a defendendo por natureza, algo que naturalmente não me identifico.
Para Anatole France para quem não sabe e faz questão de não aprender com a wikipédia, daquela que o governo actual se preocupou ( isto porque talvez o governo e o séquito aprendam o Portugûes numa qualquer "nova oportunidade")seu verdadeiro nome era Jacques François A. Thibault. Esse antigo leitor, bibliotecário e crítico literário de grande sucesso, membro da Academia Francesa desde 1896, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1921. Muito influenciado pelo racionalismo radical de inspiração humanista, condenava todo o dogmatismo e toda a especulação filosófica. Com o romance O Caso Crainquebille (1901) envolveu-se no Caso Dreyfus, defendendo a reabilitação do oficial judeu Alfred Dreyfus, condenado injustamente. Anatole France é autor de sugestivos romances históricos como Tais (1891) e Os Deuses Têm Sede (1912), sobre a Revolução Francesa, assim como a biografia Vida de Joana d'Arc (1908). Outros romances de destaque são: O Crime de Silvestre Bonnard (1881) e A Ilha dos Pinguins (1908). No ano de 1922 a Igreja católica pôs sua obra no "Índex" por criticar a sociedade e a Igreja. Anatole France filiou-se ao Partido Comunista no início dos anos 20.
Claro que nos tempos que correm se Anatole fosse vivo, não sei se não teria que escrever uma Arquipélago dos pinguins, porque por ai, andam milhares de ilhas, daquelas que povoam mentes, predominam em mentes, porque o obscurantismo e má fé de hoje, não estão distantes dos tempos da idade média, dos autos-de-fé, dos "índex" em que escrever é algo perigoso, se contudo para isso a desonestidade intelectual seja imperativa.
Claro que também em outra hipotese, poderia ele ser processado, (com certa ironia minha), porque podera eventualmente saber que a origem da Ilha dos pinguins é algo que seja "mau" para alguns pinguins, não sei de daqueles da "Argentina" nas pampas que fugiram da SGM (segunda guerra mundial) e fundaram colónias de sobreviventes nazis, se daqueles democratas espalhados por ai, porque como se dizia no livro ""Quando o baptismo dos pinguins foi conhecido no Paraíso, não causou nem alegria nem tristeza, mas uma extrema surpresa", adaptando a uma ideia minha, seguramente de que anda por ai muito Homem que enfim, de democrata tem tanto como eu de fascista.
Contudo, nunca será demais lembrar, uma vez que nas "vogues" de hoje, se fala em direitos de autor, nas não-coincidências, dos registos escritos, para não confundir pensamentos, relembra-se que a Ilha dos Pinguins, talvez na óptica dos que representam o Portugal velho, mas que não têm lugar neste Portugal de novos, que querem um novo Portugal, porque a questão é mesmo, um livro comunista, pois foi feito por um comunista, logo nas mentes "democráticas" não pode ser lido.
Porque eventualmente o crime será coisas como comer, reproduzir-se ou defecar passarão a ser alvo de restrições, tabus, códigos... nada voltará a ser simples e natural como dantes.
Ao longo destas páginas vamos poder assistir ao crescer e desenvolver de uma comunidade humana e perceber o ridículo de certas convenções e as origens de muitas perversões e iniquidades da sociedade ocidental. A religião é duramente criticada e os seus santos e milagreiros desmistificados. Não escapam também à crítica nesta sociedade de Pinguínia as proibições culturais, as origens da propriedade privada ou da nobreza.
Um “pinguínico” caso Dreyfus, paradigma da injustiça e anti-semitismo camuflado da sociedade francesa de finais do século XIX, é também longamente dissecado por Anatole France. São várias, aliás, as situações que facilmente poderemos reconhecer e comparar com os dias de hoje.
Claro que eu democrata como sou. não termino com proibições, negações, frustações, mas com sorrisos, porque vou utilizar um excerto novamente do Anatole para terminar:

Em Inglês: "The law, in its majestic equality, forbids the rich as well as the poor to sleep under bridges, to beg in the streets, and to steal bread."
"I prefer the errors of enthusiasm to the indifference of wisdom."
"If fifty million people say a foolish thing, it is still a foolish thing"

Em Português sognifica:

"A lei, na sua majestosa igualdade, proíbe os ricos, assim como os pobres de dormir embaixo de pontes, de mendigar nas ruas e roubar pão. "
"Prefiro os erros do entusiasmo à indiferença da sabedoria."
"Se cinqüenta milhões de pessoas dizem uma coisa tola, ainda é uma coisa tola"

Voto nisso: Miguel César Capelo Leite De Sousa

2 comentários:

  1. biuuuuuuuuuuuuu smartie boy tas kada vez mais smartie.
    bjao pa ti meu doutor

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  2. Honestamente nunca gostei muito de smarties e "pintarolas", depois Doutor não aparece no meu bilhete de identidade, logo esses atributos não podem ser considerados para mim.

    Beijo

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