quarta-feira, 26 de maio de 2010
Poema Para Adriano Correia de Oliveira ( De Rui Namorado)
a boémia bebida gota a gota com raiva
a boémia sorvida alegria tão breve
era então que nos ríamos do que havia de ser
uma casa cercando o bolor destes anos
o emprego roendo gota a gota levando
o que resta no fundo dessa larga memória
era então que aventura
era estar devagar nessa curva do tempo
onde a areia mais leve se perdia entre os dedos
dia a dia fugindo ansiosa e suave
era então que nos ríamos devagar sem saber
desta náusea futura que ainda havia de ser
Na secreta raiz de algum poema
tu nasceste por dentro das palavras.
Cantar era para ti uma viagem.
Sentias a revolta, nervo a nervo,
como um pássaro ferido.
Neste tempo rasteiro e abafado,
guardavas o veneno precioso.
Ias para longe de mais e o tempo passa:
os milhafres do nojo prosseguiam,
rasgando a carne pura do teu sonho.
Matavas o silêncio.
Mas na sombra do tempo houve uma pausa,
um outono mais rápido,
um inverno mais súbito.
E as pétalas da noite desabaram,
corroendo o teu nome de grinaldas perdidas
Rui Namorado
Publicada por
Miguel Leite
à(s)
06:12
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eu amo-te meu anjo da guarda
ResponderEliminar????????????????? por favor agradeço que não postem este tipo de comentários, quando podem muito bem comentar a estética subjecente ao bom poema, ou tecer algum comentário ou paralelismo entre o autor do poema e ao Adriano Correia de Oliveira, grande Trovador.
ResponderEliminarE peçoperdão para discordar, mas eu não sou anjo da guarda de nenhuma pessoa, nem titular, nem tão pouco me sinto altamente comprometido com alguém, muito menos que estes desvaneios aqui publicados...
Abraço