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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Combate e exercício de memória.


Quero hoje vos contar uma história real sobre Adriano Alves, reformado, de 81 anos, cultiva uma horta num terreno municipal há mais de 40 anos na Calçada de Santo Amaro, em Lisboa, tendo pago, no ano passado, 108,30 euros. No entanto, este valor vai subir para 3687,50 euros em 2014, de acordo com uma carta enviada pela Câmara de Lisboa no início do mês.


José Sá Fernandes propôs em 2007 o para aumentar as receitas municipais, criar uma marca de vinhos e azeites de Lisboa e comercializar as amêijoas e as corvinas que se pescam no Tejo.
O vereador do Bloco de Esquerda na época, que pouco depois se vendeu para garantir o lugar, entenda-se o TACHO descobriu mesmo que «se pescam no Tejo mais de quarenta toneladas [?!] de amêijoa por dia, e em matéria de vinho e azeites, está a contar com as cepas e as oliveiras da Tapada do Instituto de Agronomia.

Aqui chegado, não sei se hei-de rir ou de chorar mas, num caso ou noutro, assaltam-me algumas dúvidas que a peça de de teatro ilumina. Primeira: se o criativo vereador do PS na CML diz que se «pescam» carradas de toneladas de amêijoa, isso quer dizer que alguém as «pesca» e alguém faz alguma coisa com elas e delas obtém algum rendimento. Estará o criativo vereador a pensar «municipalizar» a apanha de amêijoas e a pesca de corvinas, como se a CML tivesse uma sua ZEE (Zona Económica Exclusiva)?. Segunda dúvida: por acaso, saberá o dr. José Sá Fernandes que há no país centenas de agricultores que deixam a azeitona ficar nas oliveiras porque o custo da mão-de-obra para as apanhar não é compensado pelo rendimento que delas obtêm ?

E quanto à questão da horta do senhor Adriano Alves? O problema é que num momento de crise como esta o cultivo de uma pequena horta no quintal ou, as Hortas comunitárias, que agora têm surgido um pouco por todo o lado, pode ser crucial para a sobrevivência dos que menos têm. Uma vergonha que mostra bem os governantes que temos.

Ou agora também quer municipalizar a desgraça? Tenham vergonha!

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