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segunda-feira, 8 de março de 2010

Razões de sobra para festejar

Em 1910, a Conferência de Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, aceitou a proposta de Clara Zetkin,
de declarar o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora em 8 de março quando, em 1857, 129 operárias da empresa têxtil Cotton de Nova York morreram queimadas
em um incêndio provocado pela patronal como resposta às reivindicações de suas trabalhadoras.
Assim nasceu o dia 8 de março, como dia de luta da mulher trabalhadora e de homenagem às mártires.
Mas ao longo dos anos foi sendo desfigurado pela burguesia, que o converteu num dia dedicado a realizar a “irmandade das mulheres”. Assim, a cada 8 de março, desde a ONU, governos, meios de comunicação e as grandes empresas, se fazem hipócritas homenagens à mulher e se nos quer fazer crer que a opressão é coisa do passado, porque hoje as mulheres são Ministras, Secretárias de Estado, Juízas, Presidentas.
Vejam-se os factos:
- As mulheres somam 70% dos 1,3 bilhões de pobres absolutos do mundo. Isto é assim, mesmo que, segundo dados da ONU, o trabalho da mulher tenha um papel de primeira ordem já que entre o 50% e 80% da produção e comercialização de alimentos está em suas mãos. - o trabalho não remunerado da mulher no lar representa um terço da produção econômica mundial (ONU).
- Das mulheres em idade de trabalhar (fora do lar), apenas o fazem 54% contra 80% dos homens (OIT).
- As mulheres desempenham a maior parte dos trabalhos mal pagos e menos protegidos (OIT).
- As mulheres ganham entre 20% e 30% menos que os homens (OIT).
- Aumentou notavelmente o número de mulheres que emigram a diferentes países da Europa e aos EUA, tanto legal como ilegalmente, na busca de emprego. Estas mulheres imigrantes são as que mais sofrem a superexploração e todo tipo de abusos.- No nível da educação, 2/3 dos 876 milhões de analfabetos do mundo são mulheres. Ao cumprir os 18 anos as garotas têm em média 4,4 anos menos de educação que os homens da mesma idade. Dos 121 milhões de crianças não escolarizados no mundo, 65 milhões são meninas (ONU, Unicef).- No nível da saúde, a cada ano morrem no mundo mais de meio milhão de mulheres como consequência da gravidez e do parto, o que está diretamente relacionado ao nível de pobreza. Nos países de terceiro mundo a taxa de mortalidade materna é de um a cada 48 partos.
- E esta deplorável situação chega à sua máxima expressão quando vemos os dados sobre a violência contra a mulher. A cada ano, pelo menos 2 milhões de meninas entre 5 e 10 anos são vendidas e compradas no mundo como escravas sexuais.
-A cada duas horas, uma mulher é apunhalada, apedrejada, estrangulada ou queimada viva para “salvar” a honra da família.
- Durante os conflitos armados o ataque aos direitos humanos da mulher (assassinato, violação, escravidão sexual e gravidez forçada) é utilizado como arma de guerra.
- No mundo, 135 milhões de meninas e mulheres sofreram mutilação genital. A cifra aumenta em dois milhões por ano. Segundo dados do Banco Mundial, pelo menos 20 por cento das mulheres do mundo sofreram maus tratos físicos ou agressões sexuais.
Feliz Dia da Mulher.

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