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terça-feira, 10 de maio de 2011

O triunfo dos Porcos




Poderiam os leitores pensarem, que eu estaria a falar do excelente livro do George Orwell, que aborda um universo que constitui uma condenação global de um universo maniqueísta, feito de mentiras, traições e terror. É sobre isso que quero escrever, sobre estes malditos adjectivos.


Mas afinal quem são os porcos? Pensam os leitores que falo da classe animal suína?

Nada mais distante, os porcos são os que protagonizam a manipulação mediática, para levar ao triunfo os restantes membros da vara.
Aqui deixo alguns exemplos de conceitos, que os porcos utilizam para manipular o pessoal:


Ditador – É a denominação que a comunicação social dá a um presidente eleito democraticamente e age de acordo com a Constituição, o exemplo concreto é Hugo Chavez.

Presidente – É a denominação que a comunicação dá a quem aprova leis ditatoriais, invade nações para apossar-se de suas riquezas, assassina mais de um milhão de seres humanos, constrói muros segregacionistas, é contra o Tribunal Penal Internacional e os protocolos de Kioto, exemplo de George W.Bush e Obama.

Incursão: Assim é a comunicação social a explicar a invasão de um país.

Tutela – É o sinônimo que comunicação social dá à ocupação do Iraque pelos Estados Unidos.

Terrorista – Assim as televisões denominam os patriotas que lutam contra o jugo colonialista e imperialista, sendo exemplo os Iraquianos, Afegãos e Palestinianos.

Suicida – É a denominação que a comunicação social dá ao prisioneiro assassinado pelos carrascos Estado-Unidenses nas prisões de Abu-Ghraib e Guantánamo.

Ataques cirúrgicos é a terminologia quando um míssil Estado-Unidense erra o alvo e causa a morte de civis, três exemplos:

1)-O assassinato da filha de cinco anos do presidente líbio Muammar Kadhafi, em 1986.
2)-O abate de um avião civil Iraniano com 298 passageiros e tripulantes em 1988. Não houve sobreviventes.
3)- A destruição de uma indústria farmacêutica no Sudão em 1998.

Sequestro – Se um soldado israelense é capturado quando invade o Líbano ou a Palestina, a comunicação social diz que foi sequestrado.

Captura – Se um Palestiniano ou Libanês são sequestrados pelas tropas invasoras, a comunicação social já diz que foi captura.

Incidente ou efeito colateral é quando as tropas de Israel ou dos Estados Unidos massacram centenas de civis Palestinianos, Iraquianos Líbios ou Afegãos.

Massacre – É quando Palestinianos, Iraquianos e Afegãos matam dois ou três soldados de Israel e Estados Unidos.

Assentamento – É a denominação que as televisões dão à usurpação de terras Palestinianas por invasores Israelitas.

Conflito- É assim que a comunicação social denomina a invasão e ocupação da Palestina por tropas de Israel.


Em Portugal e porque estamos em eleições, a questão é sempre esta, eu continuo a considerar um triste sinal de abdicação de espírito crítico que tantos jornalistas, politólogos e bloggers «papem» docemente os números finais de resultados oferecidos pelos media esquecidos de que esses números não sairam da boca ou opinião dos inquiridos mas sim de uma ditribuição matemática dos chamados «indecisos» que normalmente atingem entre 20 ou 30% e que são postos a escolher uando na verdade nada escolheram («46,2% dos eleitores que responderam a esta sondagem indicou a opção «não sabe/não responde» ou disse que não votaria em nenhum partido» - informa o Público sobre a sua sondagem de hoje).

Continuo a não perceber porque é que na noite das eleições (e na base de sondagens mais seguras feitas à boca das urnas) as televisões e as rádios dão projecções com intervalos para cada força concorrente e no resto do ano esse rigor e prudência (exigidos pela «margem de erro») são mandados às urtigas.



Ainda menos percebo que um jornal como o Público (e muitos outros órgãos de informação) que publica sondagens há tantos anos consegue ignorar, como acontece na sua edição de hoje, a imperativa obrigação legal de publicar um quadro dos resultados brutos, isto é, antes de qualquer extrapolação ou distribuição de «indecisos»



Importam-se de informar onde se arranja o boletim de voto só com as caras de Sócrates e Passos Coelho ? E essa eleição é no mesmo dia da eleição dos 230 deputados ou tem dia e hora própria ? E se, longe vá o agouro, um primeiro-ministro em exercício ficar incapacitado, morrer ou for defenestrado da liderança do seu partido tem obrigatoriamente de haver eleições legislativas antecipadas ?

Assim assistimos sempre ao Triunfo dos Porcos.

2 comentários:

  1. Parabéns!
    Não são todos que ousam falar como você, sou brasileira, mas tenho muitos amigos portugueses e tenho acompanhado um pouco o que vem acontecendo por aí.
    Espero de coração, que tudo se resolva da melhor maneira possível e que seja em prol do povo, que tanto sofre, obrigado!

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  2. Obrigado pelos seu comentário, estou grato que acompanhe o meu blog, espero que por aqui passe muitas vezes.

    Também espero que a nossa vida melhore, porque de facto estamos em uma crise muito profunda.

    Obrigado Nilza e saudações internacionalistas.

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