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Mais um capitulo negro na história de Espanha, no período Franquista,nos dias de hoje Espanha tenta recuperar os bebés roubados no franquismo. (Ver video AQUI)
Em agosto de 1938, o psiquiatra Antonio Vallejo Nágera recebeu um telegrama de Francisco Franco (1936-1975). “Conforme sua mencionada proposta, autorizo a criação do gabinete de investigação psicológica, cuja finalidade primordial será investigar as raízes genéticas do marxismo”, escreveu o general ao médico, formado na Alemanha nazista. Convicto de que a ideologia marxista estava ligada a deficiências mentais, a solução parecia óbvia para o funcionário da ditadura franquista: era preciso separar os bebês de seus pais republicanos rojos, (vermelhos, em português). O objectivo era evitar a propagação das ideias de esquerda, consideradas um mal pelos nacionalistas espanhóis. Naquele momento, a Espanha criava uma infraestrutura de repressão, e um dos pilares era a separação dos filhos de seus pais opositores. Trinta e cinco anos após o fim do regime, pais, mães, filhos e irmãos lutam para encontrar aqueles que foram vendidos ou entregues com documentos falsos para adopção.
Ainda é difícil precisar quantas pessoas foram adotadas ilegalmente, mas o número de vítimas do roubo de bebês pode variar entre 30 mil a 114 mil, segundo estimativas do juiz espanhol Baltasar Garzón e da ONG Anistia Internacional. A ditadura acabou à mais de três décadas, mas os desafios para tentar encontrar os desconhecidos continuam, por exemplo a irmã gémea , roubada após o parto em uma clínica em Madrid, afirmou ao Opera Mundi Mar Soriano, nascida em 1964. “Não pensamos na política, mas em encontrar nossos irmãos. A luta hoje é pelo reconhecimento público, que o Estado se responsabilize pelos desaparecidos, dados como mortos”, disse Mar, presidente da Plataforma Niños Robados, grupo que busca os desaparecidos. Conforme conta a espanhola, os funcionários do hospital disseram aos pais dela que Beatriz, a irmã gêmea, havia morrido devido a uma otite e que não poderiam ver o corpo. Anos depois, os pais das gêmeas questionaram o atestado de óbito junto a outro médico do hospital madrileno, que refutou as chances de a menina ter falecido por causa de uma simples inflamação nos ouvidos. Em 1997, Mar teve a constatação de que a história da irmã não era verdadeira durante uma viagem para a Alemanha, onde participou em uma conferência, sendo um dos muitos exemplos de pessoas que lutam para saber a verdade.
São estas as histórias sombrias e negras que a herança Franquista deixou ao povo Espanhol, antes de falarem em reconciliação, deviam falar em justiça.
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