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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Será que eu um simples servente de pedreiro posso me candidatar a um emprego de cirurgião plástico no Hospital da Universidade do Porto?


O problema reside em que, ao pretender aguda e concisamente situar, criticar, saudar ou de qualquer forma comentar um facto, a escassez das palavras acaba a corresponder a um afunilamento dos conceitos e das ideias que as suportam. A tendência vem assim a ser que é fácil escrever pouco na linha da ideologia, dos conceitos dominantes, mas já é bem complicado ter espaço para explicar ponto de vista que se situe no campo oposto. No primeiro caso, as ideias estão subjacentes na maioria dos leitores, no segundo, não há espaço para as desenvolver e - como hoje se escreveria, "contextualizar o problema, como se sabe, nunca é escrever sobre o que é importante": É descobrir sobre o que é que é importante escrever.

Contudo hoje decidi escrever sobre o Armando Vara, porque acredito que Varas existem aos pontapés neste país, aliás tal e qual um substantivo que muito se utiliza no Brasil popular ou chulo, por isso achei encantador falar sobre uma personagem fabulosa e exemplar deste nosso Portugal podre e decrépito de maus costumes.


Por exemplo no outro dia quando entrou abruptamente no consultório médico, onde aliás qualquer atrevido e mal-educado pode fazer sem que ninguém o impeça. E foi o caso desse senhor.
Deve estar convencido que é dono dos portugueses, que o Sr. Vara não vale a beata de um cigarro, isso todos nós sabemos, mas falta qualquer coisa neste filme.
A Dra. passou o atestado e qual é a justificação que dá para o ter feito? O cavalheiro estava doente? Exigiu um atestado médico e foi viajar de avião? Isto cheira-me a atestado falso, fraude, crime.
Nenhum médico é obrigado a passar um atestado dessa maneira. A menos que o ameacem ou lhe apontem uma pistola á cabeça. Poderá ser isto um indicador do ponto a que este país chegou? Será que já estamos tão habituados a uma justiça favorável aos poderosos que esta gente consegue mesmo "meter-nos medo"?

Mas enfim não foi isso que me levou a escrever este artigo hoje, mas sim o facto de me lembrar de uns números, números estes que se traduzem desta forma, depois da revolução dos cravos, 40 ministros e secretários de estado saíram directamente da política para cargos em grandes empresas, só a Caixa já empregou 23 ex-governantes na administração, de Cavaco a Ferreira Leite, de Vara a Celeste Cardona, PS-PSD-CDS, as Empresas Publícas são um covil de tachos.


Por exemplo, o Armando Vara é uma autêntica história de sucesso (daquelas que apregoa o António Carrapatoso)... De funcionário de balcão a administrador bancário, mas que luxo de promoção....
Começou como simples funcionário de balcão da Caixa Geral de Depósitos. Depois do 25 de Abril mergulhou a fundo na política, filiando-se no Partido Socialista. Com 30 anos, já representava o PS na Assembleia da República, chegando a vice-presidente do grupo parlamentar. "Por concluir ficou o curso de Filosofia."No governo de Guterres foi secretário de Estado da Administração Interna, depois secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna. Após a vitória do PS em 1999, tornou-se ministro-adjunto do primeiro-ministro, com os pelouros da juventude, toxicodependência e comunicação social. Em 2000, passou a ministro da Juventude e Desporto, viu-se forçado a pedir a demissão por alegadas irregularidades cometidas pela Fundação para a Prevenção da Segurança Rodoviária, que fundara, quando era secretário de Estado, (processo que seria arquivado).


Em 2004, antes de ter qualquer licenciatura, obteve um diploma de Pós-Graduação em Gestão Empresarial. Três dias antes da sua nomeação para a Administração da Caixa Geral de Depósitos obteve o diploma de licenciatura no Curso de Relações Internacionais.
É fantástico, uma história de sucesso, do grande amigo de Sócrates, conseguiu tirar uma pós-graduação ANTES da licenciatura. Recorde-se que Armando Vara teve de se licenciar 3 dias antes de tomar posse como administrador da Caixa Geral de Depósitos porque sem uma licenciatura, esse cargo estava-lhe vedado.


Deixou a administração da Caixa para assumir a vice-presidência do Banco Comercial Português. Um mês e meio depois de ter abandonado a Caixa para assumir a vice-presidência do BCP foi promovido no banco público ao escalão máximo de vencimento, o nível 18, o que terá reflexos para efeitos de reforma. Em Outubro de 2009, Armando Vara foi constituído arguido no âmbito da operação Face Oculta, seguiu-se, em Novembro do mesmo ano, a suspensão do seu mandato de vice-presidente do Millennium BCP, renunciou ao cargo a 2 de Julho e recebeu 260 mil euros de indemnização.


Uma vergonha exemplar.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O jornalismo em Portugal é papel higiênico


Em Portugal, faz-se um jornalismo de banda desenhada para ocupar papel. Jornalismo é noticiar os factos e não expor as notícias dá forma que melhor se vende. O Expresso mais uma vez, e já são centenas de vezes, faz tipo de jornalismo “saloio foleiro”, sobre um assunto que na realidade desconhece ou não quer conhecer. Porque é que não indica que o preso tem um passado violento, tendo anteriormente agredido o pessoal prisional e os presos da cela vizinha entraram em greve de fome, devido ao cheiro que vinha daquela cela.
O preso agride guardas, suja-se e espalha as fezes por tudo quanto é lado, vai ao psiquiatra, por várias vezes e não encontram nenhuma indicação para tratamento do foro psiquiátrico (nem um calmante), só dá entender que quer fazer dos outros parvos. No ambiente prisional tem de haver disciplina, o tal cavalheiro desafiou a sociedade cometendo crimes pelos quais foi condenado e agora na cadeia, provoca novamente a sociedade! O Bloco de Esquerda quer que o ministro da Justiça vá "já" ao Parlamento com os resultados do inquérito (e pode levar também o Primeiro ministro, pois para espalhar fezes estão altamente licenciados). No meio disto tudo, aparecem já associações a manifestar-se, contra o uso excessivo da força, e faltas de condições nas prisões, mas não se lembram que há portugueses que estão bem pior e não cometeram crime nenhum, trabalham para poder ter algo que comer, enquanto estes têm tudo à borla pago por todos nós, e nem sequer se querem dignar a manter a cela limpa.
Por muitos aproveitamentos políticos que queiram dar a este caso, isto não tem nada a ver com as torturas da PIDE antes do 25 de Abril.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Ícones para a luta que continua



No pós-guerra, entre os anos 50 e 80, movimentos populares de auto-gestão que passaram pelo leste europeu, norte da áfrica e médio-oriente, como ventos de libertação.

Governos populares foram se estruturando em resposta a pressão dos movimentos, entre eles figuram o de Tito Broz no leste europeu e o de Gamal Abdel Nasser do norte da áfrica. Figuras potencializadoras, parecidas com o actual Hugo Chávez Frías, que se formaram no pós-guerra e no não-alinhamento crítico, sendo irreverentes tanto à U.R.S.S. quanto aos E.U.A. Potencializaram a fundamentação do bem público social, dentro dos limites do Estado.


O Mundo sofrera influência das bases socialistas representadas antigamente por Gamal Abdel Nasser em processos de mudança social. A revolta popular no Egito eclodiu agora em 2011, atraindo olhares dos grandes órgãos de comunicação ocidentais. A mesma tenta enquadrar a revolta como se fosse uma simples petição democrática em um país primitivo de muçulmanos, porém os egípcios em combate apresentam sua cultura e suas alternativas ao modelão globalizado, aquilo a que chamamos pelo nome de lutas de classes, as lutas das massas oprimidas e exploradas.


A grande comunicação social escolheu o Egipto , para apresentar uma certa singularidade, mas pessoas do mundo inteiro estão atentas que o que acontece no Egito está acontecendo em outras partes do mundo, como na Grécia europeia - a qual a grande comunicação não divulga os seus grandes e vigorosos movimentos de massas, por medo da repercussão aqui pelos países da Europa, uma vez que as crises do capitalismo global (as boas crises) são uma resposta a globalização que sempre aumentos a exploração dos povos e gera mais crises em cima de crises.

Estas crises que estão longe de serem apenas económicas, são políticas, jurídicas, culturais pelo Médio-Oriente, Norte de África e por vários países do mundo ... E espero que esta crise social que possa ser radicalizada na projecção do protagonismo popular, para varrer este capitalismo doente, em agonia globalizado.


Tunísia, Egito, Grécia ( Líbia) ... quem sabe Tailândia, quem sabe o Níger, quem sabe se na Europa não vamos fazer o mesmo. Em todos os pontos do mundo existem povos que estão cheios do capitalismo, de sistemas corporativos e injustiças seculares.

Talvez posso dizer hoje com o meu conhecimento de história que Gamal Abdel Nasser, Vasco Gonçalves, Hugo Chavez, Tito, são o simbolismo para pessoas em movimento, é o que significa propostas para "Mundos" diferentes e mais próximos das pessoas. Haverá uma época em que as pessoas não precisarão mais de símbolos de força popular como foi Gamal Abdel Nasser, precisarão só de suas próprias competências e compreenderão que não será preciso Estado ou governança popular, porque seremos nós a governar, mas para isso serão ainda preciso séculos de luta.

Para dar novo rumo a luta das pessoas é necessário ter memória, recapitulando ícones complexos ( ainda mais antropológicamente para o nosso ocidente imbecilizado pelos grandes órgãos de comunicação social do século XXI ) transitórios da luta popular, como Gamal Abdel Nasser.
Temos que reconhecer e o povo do Egipto conhece Gamal Abdel Nasser, uma parte do fervor do que é a identidade popular egípcia do agora.

A luta continua.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O inútil execrável Miguel Sousa Tavares


Miguel Sousa Tavares é uma pessoa inenarrável, vaidoso e com a mania da intelectualidade, filho de uma grande escritora, honestamente partilho a opinião da professora Ana Maria Gomes apesar de eu não ser professor, a realidade é que Miguel Sousa Tavares através dos seus comentários a roçar o fascismo e a suprema arrogância mereceram da parte dos professores, que ele tristemente chamou de "inúteis", um insulto a uma classe prestigiada, uma clara confrontação, a professora Ana disse sabiamente... "Oxalá nunca nenhuma das
suas obras venha a integrar os programas da disciplina, pois acredito
que nenhum dos 'inúteis' a que se referiu a leccionasse com prazer.
Com prazer e paixão tenho leccionado, ao longo dos meus vinte e sete
anos de serviço, a obra de sua mãe, Sophia de Mello Breyner Andersen,
que reverencio".


Justamente a professora Ana na sua carta continua a defender a honra e a virtude dos professores dizendo o que qualquer pessoa de bom senso pensa sobre Miguel Sousa Tavares "O senhor é a prova inequívoca que nem sempre uma sã e
bela árvore dá são e belo fruto. Tenho dificuldade em interiorizar que
tenha sido ela quem o ensinou a escrever. A sua ilustre mãe era uma
humanista convicta. Que pena não ter interiorizado essa lição! A lição
do humanismo que não julga sem provas",



Depois agora num claro insulto a milhares de comunistas, pregou mais um prego no seu caixão de intelectual, ao afirmar que "O eleitorado do BE não é igual ao do PCP que engole qualquer coisa que o Comité Central decida. O do BE, teoricamente, é mais politizado e não vive em 1917".


Miguel Sousa Tavares parece querer provocar em muitas pessoas uma vontade forte de vomitar depois de ler ou ouvir alguma das suas opiniões, sem fundamento, sem lógica alguma, apenas com o intuito de se arvorar em dono e senhor de uma moral que eu pelo menos não lhe reconheço.



No Semanário, em vinte e tal de Agosto de 1991, disse que "o PCP acabou e ainda bem" e anda portanto há vinte anos a constatar a falência da sua sentença com a sofrida constatação da existência e intervenção do PCP, o que, convenhamos, é provação que só pode trazer rugas, papos e cabelos brancos a qualquer um.



Se, como insinua Miguel Sousa Tavares, o eleitorado comunista ainda vive em 1917, então apetece-me dizer que, apesar disso, boa parte dele lida com a Net com uma tranquilidade e naturalidade que todo em todo faltam a Miguel Sousa Tavares que, por causa de um certo assunto, passou a ter em relação à Net uma hostilidade perfeitamente paranóica.



Diz o sabido jornalista e pelos vistos escritor, que agora com o acordo vamos dizer fato em vez de facto. Pois nada mais errado Nas palavras em que as dizemos, continuamos a escrevê-las, claro! Assim, é obrigatório escrevê-las em:
•secção facto pacto opção apto.

Há ainda aquelas palavras em que essas letras tanto são pronunciadas como não. Por exemplo: •recepção (no Brasil) e receção (em Portugal) •acepção e aceção• conceptual e concetual.
Aqui fica a explicação para o Miguel Sousa Tavares.


É sabido que o existem pessoas que têm a clarividência de um javali perante a grelha frontal de um jipe a 120 quilómetros-hora.


Depois foi o triste espectáculo degradante com que ele e Vasco Pulido Valente se envolveram devido ao romance “Rio das Flores”, lidando muito mal com a crítica.


Enfim... Existem pessoas que gostam de criticar, mas nunca se olharam ao espelho...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O Papão


Começo este artigo, mais um sobre o tema que se tem desenvolvido nos últimos dias a propósito sobre o regresso da direita ao poder PSD em detrimento da saída da "esquerda"...
Engraçado ter que explicar isto mais uma vez, porque este blog se auto-denomina progressista e não esquerdista,justamente porque nos dias de hoje não faltem pessoas que se intitulem de esquerda, embora isso não passe mesmo de uma fantasia que gostam de exibir, uma fantasia surreal, apenas isso.


O Rui Tavares e os seus companheiros Bloquistas que também fantasiam sobre a sua suposta intelectualidade, a sua suposta idoneidade de esquerda, pelos vistos muito duvidosa, onde eu sem querer adivinhar o futuro, porque não sou adivinho ou bruxo, mas creio que o Rui daqui a uns anos deve estar a militar no PS, será um bom militante do Partido Socialista, assim como muitos bloquistas.



Sempre preocupado com o regresso da direita ao poder (lembro o Rui que a direita já esta no poder desde 1976), eu queria lembrar o Rui das politicas de "esquerda" do Partido Socialista mais uma vez, porque pelos vistos o Rui deve julgar que tenho pachorra para tanta e tão celestial ingenuidade da sua parte, ou então é mentiroso até à medula...



Convém dizer aqui que o PS foi o partido que mais longe foi na desestruturação do Estado Social desde o 25 de Abril, mesmo partido esse que aprofundou as piores condições políticas, sociais e de opinião para fazer o trabalho sujo desejado pela direita e, consequentemente, ir mais longe na política de direita do que um governo do PSD e do CDS, onde o podemos facilmente comprovar pelo Código do Trabalho, contra-reforma da segurança social, privatizações, injustiça fiscal e absurdos benefícios fiscais aos PPR's, benefícios escandalosos à banca, etc. etc. etc. etc. entre uma longa listagem negra de politicas que o PS fez prejudicando o nosso país.



O Rui e o Bloco são a mesma "coisa" são o O bicho-papão, explico que o significado de bicho-papão é a personificação do medo, um ser mutante que pode assumir qualquer forma de bicho, um ser ou animal frequentemente de aspecto monstruoso comedor de crianças. O bicho-papão está sempre à espreita e é atraído por crianças desobedientes.
Querem colocar o medo sobre algo que não existe, que é a SUPOSTA EXISTÊNCIA DE UM PARTIDO DE ESQUERDA NO GOVERNO!!!


Por isso ao Rui e ao Bloco vou cantarolar a cantiga popular:

Vai-te papão, vai-te embora
de cima desse telhado,
deixa dormir o menino
um soninho descansado.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Francisco Carmelo: AMIGOS DA UNIVERSIDADE



Quero aqui mais uma vez homenagear o poeta professor Francisco Carmelo, onde todas as homenagens são poucas para a grande pessoa que era o Francisco:

AMIGOS DA UNIVERSIDADE 25 Anos depois

O amor brilhava contra os bolsos, no fundo das calças
Os corpos iluminavam-se mesmo sem paixões
Havia o valor do saber, o gosto pela erudição
Consumíamos apontamentos, fotocópias, sebentas, sem tempo para livros
A noite irradiava como uma miríade qualquer
Tínhamos fome das mulheres, contra a solidão, um abismo sideral
Queríamos o mar para partilhar, rios opíparos cheios de sonhos
Espreitávamos curiosos os romances uns dos outros
Permanecíamos fiéis à História, mas torcíamos pelas Ciências Sociais
Achávamos graça às pedagógicas
Havia mestres no ensino e na investigação
Saudávamos salpicadamente as frequências, ou exames uns dos outros
Havia jogos que discordávamos
Tínhamos o sentido apurado da justiça e da utopia
Dávamos tudo por uma boa mulher, o resto é conversa
Éramos capazes das maiores rivalidades e maiores comunhões
Preparávamos o futuro mais brilhante
E o amor era o bastante
Sabíamos das palavras e dos silêncios uns dos outros
Raramente não nos ríamos
Mas só o amor nos revelava
Vinha dos campos a natureza apaixonada
E é a ela que devemos iluminar
Fomos um exemplo de partilha.


Francisco Carmelo, 16/11/10

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Francisco Carmelo


Hoje é um dia triste, jamais irei esquecer um professor que deu o melhor de si próprio, a generosidade, a amizade sincera, a simpatia, o encorajamento, que partilhou a sabedoria comigo enquanto aluno. Jamais te irei esquecer: PROFESSOR E AMIGO FRANCISCO.

FRANCISCO CARMELO


busco pretextos
para naufragar na tua recordação
a desfazer-me no teu olhar

prendo-me à verticalidade dos gestos
porque amo-te desconhecida por desfiares amor na cortina da tarde
onde desvendas o mar do rosto
e eu ligo-me à dádiva de te sonhar
se exprimo o fogo aberto na saudade
que crias luz no teu caminho



busco pretextos
para naufragar na tua recordação
a desfazer-me no teu olhar

prendo-me à verticalidade dos gestos
porque amo-te desconhecida por desfiares amor na cortina da tarde
onde desvendas o mar do rosto
e eu ligo-me à dádiva de te sonhar
se exprimo o fogo aberto na saudade
que crias luz no teu caminho.




Sobre ele queria deixar a homenagem que um amigo fez, justa a uma pessoa que mereceu estas palavras: "O Francisco é uma alma grande. Desejei muito este livro. Adivinhava nas margens dos livros que ele lia, os poemas que ele escrevia, numa letra minúscula, quase indecifrável. O Francisco não trai. Ouve um amigo... faz uma longa pausa e depois é que nos responde. O Francisco é a única pessoa que eu conheço que desliga a televisão depois de uma emoção forte. O Francisco sempre foi um poeta".


Para onde quer que tenhas ido, que seja bem melhor do que a perspectiva que aqui encontraste, que esquecido jamais iras ser, por isso serás imortal nos que te queriam bem.

BEM HAJA Francisco

Vários disparates....



Hoje no blog, quero publicar um artigo sobre o inenarrável Bloco de esquerda , mas quero dizer que não sou um anti-bloquista fervoroso, apenas quero é fazer um reparo para que o Bloco deixe o seu anti-comunismo, para que deixe de ser um pássaro que coloque o seu bico para onde sopre o "vento", quero que o Bloco deixe o seu oásis politico, a fantasia, crie de facto um programa politico e ideológico, em detrimento de as causas pouco ideológicas: o aborto (felizmente aprovado mas já defendido pela tese de Álvaro Cunhal décadas antes), as drogas, os direitos LGBT, as preocupações ecológicas, liberdade religiosa, etc. Isto não são causas ideológicas. Metade são direitos humanos sagrados (como os direitos LGBT) e a outra metade é bom-senso pos-moderno como as drogas.



A retórica do BE, citada pelos documentos oficiais, é efetivamente de um esquerdismo radical. Mas a sua prática política, consubstanciada nas medidas que propõe na Assembleia da República e fora dela, está muitíssimo afastada dessa retórica. Na prática, o BE não anda longe de um partido social-democrata clássico dos anos 70, acrescentado de uns pozinhos de modernidade. A prática política do BE nada tem a ver com a sua retórica radical.



Por exemplo por razões de ética e de forma de estar na política têm que ser coerentes, porque por exemplo quando o Expresso revelou que Francisco Louçã e outros elementos do Bloco de Esquerda investiram em PPR, enquanto deputadas bloquistas compraram acções em privatizações, apesar de o programa eleitoral do partido defender o fim dos planos-poupança reforma e das privatizações.


Então como defendem o sistema da Segurança Social, com um conteúdo universal e geral. Seria obviamente no sistema público que teriam de encontrar respostas que hoje são devidas a muitos portugueses, particularmente a reformados e trabalhadores que eles tanto dizem defender.


Fizeram um Rebranding é uma expressão em inglês do âmbito do marketing, que pretende traduzir a ideia de um processo através do qual um qualquer produto ou serviço que era produzido e/ou comercializado através de uma marca ou associado a uma determinada empresa passa a sê-lo através de uma nova marca ou através de uma outra organização. Quase sempre, essa transição envolve mudanças significativas na sua designação comercial, no seu logótipo, na imagem, na embalagem ou na publicidade. O objectivo é o de eliminar as conotações negativas que estivessem associadas a qualquer das características do produto ou serviço original…

Com a reputação de o detestar visceralmente, não sei como Francisco Louçã lidará com a subdisciplina do capitalismo que dá pelo nome de marketing… Uma coisa é certa: não se impressionando com as aparências e com os aspectos litúrgicos do seu discurso, o marketing, como se lê na definição acima, tem uma definição precisa da operação que ele, mais os seus correligionários da UDP e da Política XXI montaram há 10 anos para transformar três organizações marginais da extrema esquerda política portuguesa numa nova entidade, que se pretendia substancialmente desligada da carga de radicalismo associada a elas.



Se a Política XXI é um grupo de intelectuais e uma dissidência de dissidentes do PCP, aparecido em 1994, 5 anos antes dessa fusão, tanto o PSR (que foi fundado em 1978), como a UDP (fundada em finais de 1974) vão buscar a sua origem a organizações também de intelectuais que haviam sido criadas antes do 25 de Abril: em 1970, 1971 ou 1973. Há ali, pelo menos, uns 35 anos de história, e, na essência, quando aparece, nada é novo no Bloco de Esquerda, a não ser, como as técnicas de rebranding preconizam, o logótipo, a imagem, a embalagem e a publicidade… E, muito importante em política, as pessoas (aparentemente).


Para atingir o ridículo assinaram assim na sua VI convenção um vazio, um fantasma, apenas um marasmo na ociosidade ideológica aqui vos deixo a pérola no curriculum:

"Os activistas de um movimento-partido como o nosso necessitam de debates políticos, sem a presença das câmaras de TV e dos microfones dos jornalistas, que lhes permitam colocar, entre si, com clareza, as suas dúvidas e as suas preocupações.

Foi assim que nos apercebemos das dúvidas existentes em alguns camaradas, preocupados com aquilo que dizem ser a fragilidade da identidade ideológica do Bloco e a necessidade de um programa político consistente. Aquilo a que alguém chamou uma "Bíblia" que nos permita confrontarmo-nos com os programas dos outros partidos, na luta pelo poder.

Também aqui nos parece estarmos perante preocupações que têm a ver com a falta de debate político permanente dentro do nosso movimento.


A identidade ideológica do Bloco de Esquerda está claramente definida desde há dez anos e consta do artigo 1.º dos Estatutos por nós aprovados. Diz lá que somos um movimento de cidadãos e cidadãs que assume a forma de partido político, comprometendo-nos na luta intransigente pela liberdade e na busca de alternativas ao capitalismo, na perspectiva do Socialismo.

Quanto a um "programa político" para o Bloco, consideramos que este vai sendo construído pelos contributos de cada um de nós em colectivo, na perspectiva da resolução dos problemas que se vão colocando na sociedade portuguesa. Não pretendemos nenhuma "Bíblia" ditada por quem quer que seja, por melhores que sejam as intenções. Não temos que nos confundir com nenhum outro partido ou movimento, não por pretendermos ser os melhores, mas porque queremos ser diferentes.


No âmbito de um movimento que se pretende abrangente e de tipo novo, mais definições do que as que são apresentadas serão particularismos que só podem restringir a participação dos nossos concidadãos.

Dentro do BE nunca foram colocadas as peias dos diferentes "ismos" que poderiam provocar divergências artificiais. É nesse sentido que esperamos continuar a ver prosseguir o Bloco como um movimento inclusivo e plural, onde não se pergunte a quem chega de onde vem, mas para onde quer ir."


Assim sendo podemos constatar aqui o Bloco é:
(atenção deixei o espaço em branco para traduzir o conteúdo que possuem)



Agora esta questão da moção de censura, mais um disparate, onde nem sabemos bem se é um frete ao Partido Socialista para garantir que a moção de censura nunca ira vencer de futuro, se é mais uma tentativa de lutar contra o PCP, se é como diz Daniel Oliveira no Expresso "o Bloco queria eleições antecipadas, queria que o PSD clarificasse a sua posição em relação ao Governo, queria antecipar-se ao PCP, queria pedir desculpas por ter apoiado Manuel Alegre ou apenas queria aparecer na televisão durante um mês"


Quando assistimos ao maior absurdo da politica Portuguesa de todos os tempos, o maior disparate alguma vez visto na história da politica, onde o Bloco pediu aos deputados do PSD para não votarem a sua moção. Acho que nunca tinha visto um partido fazer campanha pelo voto contra uma proposta sua.



Tenho dito....

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Bancos com lucros pagam menos impostos.



Os quatro maiores bancos privados portugueses mantiveram no ano passado os lucros de 2009, mas pagaram menos 55 por cento de impostos. As contas são agora conhecidas e mostram que a cobrança de IRC caiu para mais de metade.
Tudo fica dito se resumirmos a coisa assim:
Os bancos continuam a pagar uma taxa real de IRC, que é menos de metade da taxa que os Portugueses pagam de IRS.
Como eu digo com "Socialistas" assim que defendem a Banca, porque motivo a Banca iria querer o PSD no poder??


Os administradores da banca continuaram a receber remunerações escandalosas. De acordo com o "Relatório anual sobre o governo das sociedades cotadas em Portugal" da CMVM, divulgado em 2009, em 2008 a remuneração media anual de cada administrador executivo do sector financeiro foi de 698.081,3 euros sendo, no entanto, de 777.120,4 euros se o banco integrasse o PSI 20 como sucede com o BCP, BES, e BPI. É evidente que para os administradores da banca não houve crise. E recorde-se que eles têm ainda benefícios não incluídos nas remunerações (cartões de credito, utilização das viaturas do banco, seguranças privados, aviões particulares, pensões e indemnizações escandalosas).

Os grandes beneficiados com toda esta situação têm sido os grandes accionistas dos maiores bancos que são: (1) BCP: Sonangol (9,99% do capital); Teixeira Duarte (7,02%); José Berardo (4,857%); Banco Sabadell de Espanha (4,4%); Grupo EDP (3,2%); Stanley Ho (2,26%); Privado Financeiras ( 2,3%); Grupo Eureko (2,5%); Sogema SGPS (2,6%); CGD (2,5%) Metalgest SGPS (1,36%); (2) BES: Crédit Agricole de França (23%); Bradesco de Espanha (6,1%); ESFG dos Espírito Santo (27,7%); PT (2,6%); (3) BPI : Grupo La Caixa de Espanha (30,1% do capital); Grupo Itaú do Brasil (18,9%); Santorro de Angola – Isabel dos Santos (9,7%); Grupo Allianz (8,8%); JP Morgan Chase Bank (3,2%); Arsopi (3%); HVF SGPS (2,9%); (4) Santander Totta: pertence ao banco espanhol Santander. Apenas a CGD se "salva", pois o Estado é o único accionista, mas está a ser utilizada pelo governo para pagar os prejuízos do BPN e do BPP, e tem tido uma gestão que pouco se tem diferenciado da banca privada em relação às famílias e às PME. A verdade é que uma parte muito grande da banca privada portuguesa é já controlada por grandes grupos económicos estrangeiros, tendo os grupos portugueses um papel complementar. E são todos estes grupos (externos e internos), os grandes beneficiários com os elevados privilégios fiscais que a banca continua a gozar em Portugal que tem reduzido as receitas do Estado, entenda-se a todos nós.




Apesar da crise grave que enfrenta o País e das dificuldades da maioria dos portugueses, só nos primeiros 9 meses de 2009, os cinco maiores bancos a funcionar em Portugal – CGD, BCPMillennium, Santander Totta, BES e BPI – obtiveram lucros líquidos que atingiram 1.447,9 milhões de euros. Para a banca parece que não há crise, ou melhor, a banca enriquece com a crise e com as dificuldades dos portugueses. Para além das formas clássicas de extracção de mais valia (taxas de juro e "spreads" elevados; comissões exorbitantes; especulação que de novo surge com força, etc.) que utiliza para obter elevados lucros.

Álvaro Cunhal e Mário Soares: As alianças que o PS sempre preferiu....


Aqui fica um exemplo da história, um pequeno excerto do debate histórico que opôs Álvaro Cunhal e o Mário Soares, onde com grande precisão e ainda hoje infelizmente actual, assistimos ás alianças entre o Partido Socialista, os Sociais-Democratas, ou então os "Populares" (CDS-PP...

Alianças a que depois de trinta e seis anos de politicas de alianças de direita, têm conduzido o nosso país à desgraça, à miséria, ao empobrecimento, à regressão social, à perda de direitos, e a problemas estruturais e sociológicos graves, que fazem do nosso país um dos mais pobres da União Europeia, e um dos que possui o maior fosso entre pobres e ricos... Não é exagero nenhum culpar Mário Soares por ser o maior responsável pelo que tem sucedido neste país... Ele foi o traidor do Socialismo, do projecto Socialista para Portugal.


O povo português sempre teve medo dos "comunistas", medo este infundado e irrealista, imposto pelo anterior regime, continuado pelo Partido Socialista e seus aliados da direita reaccionária, que sempre manifestaram a sua opção de classe: Os grandes capitalistas e a grande a finança.



Os jovens que hoje não votam e os que acima de tudo quando votam fazem opções erradas, votam nos partidos, que contrariam as suas esperanças os seus anseios, que contrariam a lógica do emprego que tanto precisam, defraudam as esperanças de um Portugal melhor. Ninguém possui a verdade absoluta, ninguém afirma que o PCP tem todas as respostas para o país e para o Mundo, mas o PCP tem muitas e boas propostas para o país e para o Mundo.


O Bloco de Esquerda é algo que também caminha bem, para bem direita claro....
Temos assistido ao Bloco estes dias e à sua suposta oposição, aparente e ilusória, onde até propõem uma moção de censura, que esperam que os outros partidos votam contra... José Manuel Pureza caiu no ridículo ao afirmar considerando ele, que se a direita aprovar a moção de censura do Bloco de Esquerda vai cair no ridículo...
Ou então a ignorância abunda estas mentes, ou então o desespero e o ridículo tomou conta da fachada do Bloco....
Hoje tem a necessidade de se aliar ao PS, mais uma aliança contra-natura...

Com esquerdistas assim.... Ninguém precisa da direita.... Fazem bem o seu papel...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Bloco de Riso....bons Socia(is)listas Democratas... Com o D bem maiúsculo.




Francisco Louçã há dez dias atrás dizia: "moção de censura não faz nenhum sentido", "não porque não facilito a vida a ninguém" "não queria a direita no poder" e agora vai apresentar uma?!

Convém, hoje, fazer uma breve referência ao Bloco de Esquerda. Muitos já se esqueceram (ou, pelo menos, fazem-se de esquecidos) que Francisco Louçã foi - juntamente com Manuel Alegre - o rosto da derrota nas últimas presidenciais. A sua estratégia de colagem ao PS - o primeiro ensaio de uma "frente" de esquerda - revelou-se um desastre. Não evitou a vitória do candidato da direita (nem pouco mais ou menos), o seu candidato obteve menos votos que sozinho, sem apoios partidários, em 2006 - e, enfim, deixou o PCP "à solta" , ampliando a mensagem do partido já visando as legislativas...



E, agora, qual a estratégia do BE? Muito interessante - mas, ao mesmo tempo, arriscada. Explicamos: o Bloco de Esquerda, através de vários dirigentes e militantes notáveis, têm apelado a uma espécie de subversão no PS: querem que a "ala esquerda" se revolte, se insurja contra o "revisionista" José Sócrates. Querem que o PS volte, afinal, à sua matriz de "esquerda" algo que desde Soares não se consegue sequer cheirar...
No fundo, estão à procura de um "novo Manuel Alegre" que desgaste o partido e permita ao BE juntar-se ao PS (pelo menos, não o hostilizar). Pequeno problema: Francisco Louçã está a ver o filme errado. Anda a ler muitos livros de Trotsky e esqueceu-se da realidade portuguesa. É que, na ótica do BE, a viragem do PS à esquerda é o pior cenário possível. Porquê? Porque não vai acontecer, porque não se conhece ninguém de esquerda naquele sitio, ou sendo realidade iria ocupar o seu espaço político, conquistando o eleitorado bloquista e anulando a sua margem de crescimento. É evidente! Das duas, uma: ou o Bloco de Esquerda quer assumir-se como partido de poder e sabe que para atingir tal objetivo terá de se associar à direita, isto é ser como o PS, mesmo que isso implique a morte do partido; ou é a confirmação de que o BE não passa de um epifenómeno que atingiu o seu máximo eleitoral e os seus dirigentes sentem que terão de crescer para a área do PS, tentando juntar-se à "ala esquerda" (eventualmente, até provocando uma cisão entre os socialistas). É a confirmação de que o discurso moralista e justicialista tem muito que se lhe diga... Será que ainda vamos ver Francisco Louçã a defender o PS e agitar bandeirinhas cor de rosa, elogiando o socialismo em liberdade? Ou a social-democracia?



E para se rirem um bocado caros leitores então porque não ler em primeira mão o que Teresa Sindicato escreveu? Uma descoberta de tomo, de tal tomo que estes senhores devem ser considerados Humoristas...
Diz assim Teresa: «« Depois de ter anunciado que o seu partido vai apresentar uma Moção de Censura ao governo, Francisco Louçã afirma agora que o sentido de voto do BE em relação à sua própria Moção de Censura ainda tem de ser "muito bem pensado."

"Os aderentes do BE e o povo português sabem que eu tomo boas decisões e como somos anti-burocráticos normalmente não reunimos para decidir sobre este tipo de questões. Mas neste caso eu próprio, confesso, tenho algumas dúvidas. Não sei se será útil votar a favor da nossa Moção de Censura. Por isso achei por bem convocar a Mesa Nacional do BE para haver alguma reflexão colectiva."

Francisco Louçã nega ainda a incoerência da decisão de apresentar uma Moção de Censura sem primeiro saber como votá-la.

"São duas coisas distintas. O anunciar da apresentação de uma Moção de Censura ao governo era essencial para recuperarmos o nosso protagonismo. Como a vamos votar já é outro assunto. Temos de avaliar muito bem."

A Teresa Sindicato apurou também que dentro do BE vai ganhando força a posição da facção Alegrista. "Somos favoráveis à apresentação da Moção de Censura mas consideramos que é necessário votar contra ela" afirmou um dirigente conotado com esta ala que prefere não ser identificado. "O povo português não iria compreender se votássemos a favor", rematou»» (aqui deixo o link http://teresasindicato.blogspot.com/2011/02/be-reune-mesa-nacional-para-decidir-se.html?spref=fb)


É caso para dizer, se não atrapalharem já ajudam. A moção de censura pensada por o PCP não tinha fundamento, diziam eles. Agora o BE reúne para aprovar o que afinal já acham que faz sentido,mas só para alguns pelos vistos. Está engraçado....São uns ARTISTAs português.
Reparem quando eles dizem, despudorados, referem-se ao seu protagonismo perdido?



Afinal é UM B.E. ou um D.E. ? DESBLOCO????? Existe aqui qualquer coisa que não joga bem!...Além do já habitual e continuado trabalho ao longo de anos e anos e anos (pela via dos UDPs, PSRs,LCIs, ASJs,PCP´s dissidentes (infelizmente também nos tocou gente dessa), ETC, ETC E agora B.E.´s com B ou com D?????) para dividir apenas a esquerda. Embora todos saibam que o objectivo sempre foi DESTRUIR O PCP e por esta via ENFRAQUECER A LUTA DOS TRABALHADORES, quase que tenho a certeza de que ha aqui uma jogada muito grande ,que envolve uma outra coisa qualquer (tipo ps) para esta pirueta!...

Daqui a uns anos veremos se não serão bons Socia(is)listas Democratas... Com o D bem maiúsculo.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Enterrem este governo



O Partido Comunista tem razões mais que suficientes para viabilizar uma moção de censura e fazer cair o governo, pois os governos de Sócrates prejudicaram e continuam a prejudicar os trabalhadores, criando uma destabilização económica e asfixiando totalmente as famílias portuguesas.
Hoje andam preocupados à data que escrevo este texto, "esquerdistas" "socialistas" com o "regresso" da direita ao poder, como se as politicas que o PS tem efectuado durante estes dois governos (um de maioria absoluta, outro minoritário) fossem de esquerda...

Convém lembrar que este governo mais não fez que submeter-se aos interesses dos mais poderosos,quando diziam que este era um Governo que desafiou os interesses dos mais poderosos, que enfrentava esses interesses, mas pergunto eu, com coragem para enfrentar quem? É coragem congelar pensões e reformas e aumentar o preço dos medicamentos, cortar nos salários, ir ratar mais uns euros aos desempregados, atingir duramente aqueles que são mais excluídos, os que hoje caminham para a pobreza? Coragem? Coragem nenhuma, foi um governo de cobardes ao serviço dos interesses do grande capital. Coragem seria afrontar esses que hoje se julgam mandantes do nosso país.


Quem vem falar em coragem,ou não entende nada de politica,ou então é conivente com esses mesmo interesses, porque isso é apenas submissão perante os mais poderosos e é fácil bater nos mais pequenos e frágeis.
Coragem seria aumentar os impostos à banca, às transacções bolsistas e taxar “o dinheiro que voa para os offshores.


Convém ainda lembrar que o PS PS encerrou dezenas de serviços de saúde – SAPs, urgências hospitalares e outros serviços.
Utilizaram como argumentos os governos do PS, a retórica da “qualificação dos serviços”. Todos recordamos a afirmação do anterior Ministro da Saúde que em caso de doença não iria a um SAP; o teatro dos “protocolos” com autarcas para que aceitem o encerramento de serviços nas autarquias vizinhas a troco da manutenção dos seus; a miragem de rede móvel, plena de conflitos, insuficiente e mal preparada.


A erradicação da precariedade deve ser assumida como foi a erradicação do trabalho infantil, nunca o foi pelo PS, os 700 mil desempregados que provam que não é difícil ser despedido no nosso país, quando o PS prometeu criar 150 mil postos de emprego, mas o desemprego subiu em flecha para o numero, quando todos sabemos que quando o PS assumiu o poder o número era de 412 600 trabalhadores...
Existe mais de 300 mil jovens que não trabalham nem estudam e são atirados para o desperdício.

Todos sabemos como foi o FMI a dizer que «o valor das indemnizações aos trabalhadores, por motivo de despedimento, com ou sem justa causa, terá de se reduzir em Portugal». Ao mesmo tempo, defende o FMI o nivelamento por baixo dos níveis de protecção, sabendo muito bem que Portugal já é dos países com mais trabalho precário na Europa.
Depois, veio Bruxelas e o seu comissário dos assuntos económicos dizer que Portugal tem que rever a definição de despedimento por justa causa e reduzir «substancialmente» as indemnizações.
Ora, face às pressões, os membros do Governo multiplicaram-se em declarações. A Sr.ª Ministra do Trabalho disse que algumas das propostas de alteração à legislação do trabalho são «completamente desajustadas», e que a intenção do Governo era apenas «potenciar» instrumentos já existentes, dando claramente a entender que não pretendia rever a legislação do trabalho.
Depois foi o Primeiro-Ministro que afirmou que o Governo português «não precisa de sugestões de ninguém», mas, como para o Primeiro-Ministro o mundo muda em menos de uma semana, o que foi dito ontem não vale nada hoje.
Assim, depois da reunião com os chamados «grandes exportadores» e depois dos recados do FMI e de Bruxelas, temos um outro Primeiro-Ministro e a ministra a querer alterar a legislação laboral e reduzir os montantes das indemnizações que um trabalhador recebe em caso de despedimento para apenas 15 dias para cada ano de trabalho, quer também o facto que o Presidente da CIP quer o Primeiro-Ministro defenderem e não é por acaso, a necessidade de associar o salário mínimo nacional à dita «qualidade do trabalho». Isto quer dizer que uma parte dos salários dos trabalhadores ficaria «refém» da produtividade.



O Governo permitiu que os custos com transportes, com telecomunicações e os custos com a energia, seja ela eléctrica seja com os combustíveis aumentassem, que são muito mais determinantes para a competitividade nacional.
É bastante revelador que, quando se pretende discutir a competitividade da nossa economia, o Governo PS não discuta a organização e a modernização das empresas. O Governo não se preocupa com o tipo de mercadorias produzidas e as mais-valias realizadas.




O Governo ao nacionalizar o BPN criou no erário público um buraco que já vai nos 5 mil milhões de euros.



O Governo não cumpriu o compromisso de aumentar o Salário Mínimo Nacional (SMN) para 500 euros em 01 Janeiro de 2011. Trata-se de uma opção não fundamentada, profundamente injusta, que agravará a pobreza e se consubstancia num autêntico roubo a quem mais necessita, em favor de ganhos para o capital. Esta opção está associada e impulsiona uma política generalizada de redução dos salários, em marcha nos mais diversos sectores de actividade, privados e públicos. Ao apresentar, para 2011, um processo de actualização do SMN faseado, o Governo agrava ainda mais os problemas, pois em cada uma dessas fases as organizações patronais retrógradas e os seus apoiantes desencadearão novos pacotes de exigências aos trabalhadores e ao Estado.

O aumento do custo de vida que está em marcha, grande parte dos aumentos recentes nos bens e serviços essenciais como: os transportes, os produtos energéticos, entre outros, têm lugar em serviços prestados por empresas cujos accionistas se têm apoderado de chorudos lucros – ultrapassa em muito os míseros 10 euros do aumento do SMN. Essa dura realidade será profundamente sentida já no decorrer do último mês de Janeiro, também pelos reformados e pensionistas que têm as suas pensões congeladas.



O PEC entre o Governo PS e o PSD tem como objectivo privatizar 19 empresas, como argumento de diminuir o défice, porque vai aumentar as receitas, mas é pura demagogia desmascarada contrário das intenções, então anunciadas, em resultado das privatizações, a dívida externa do País, que em 1990 significava 57,8 por cento do Produto Interno Bruto, é agora equivalente a 76,8 por cento do PIB, e
o défice público que, em 1990, era de 4,5 por cento, situa-se, actualmente, nos 9,4 por cento.
Afinal, as privatizações não tiveram qualquer intenção de dar mais solidez à economia nacional, mas antes o propósito, nunca confessado por quem as empreendeu, de vender ao desbarato e colocar nos grupos económicos nacionais e internacionais um conjunto de empresas e sectores estratégicos, acima de tudo para aumentar os lucros dos accionistas.



Os soldados Portugueses que continuam a ajudar na ocupação do Afeganistão, criando uma situação que viola flagrantemente a Constituição da República Portuguesa.

As polémicas em casos como o Freeport, o seu curso na Universidade Independente, as suas assinaturas de projectos na Covilhã e, agora, as escutas, no âmbito do caso Face Oculta e a sua relação com Armando Vara.

Por isso agora e para responder aos "preocupados" com a chegada ao poder da "direita", se a lista bem extensa, não chega para elucidar mesmo as mentes mais obscuras,que conseguem ver diferenças, sobre o que distingue o PS do PSD estruturalmente, então aqui fica a minha resposta:

Na prática, nada. Na aplicação das políticas nada. Na sua orientação ideológica, nada. Têm uma diferente base social votante mas na sua essência são partidos, ou melhor, são duas faces da mesma moeda: executores fiéis das politicas neoliberais. Aliás, ambos assumem-se (e os chamados politólogos oficiais dizem o mesmo) como partidos despojados de ideologia. Nada mais falso. A ideologia que eles defendem acirradamente é, na actualidade, o neoliberalismo, a forma mais recente de recauchutagem da ideologia da classe dominante. Contudo, como todas as ideologias das classes exploradoras, o neoliberalismo apresenta-se não como um programa político ou uma ideologia mas como se fosse um pacote de medidas e de linhas directrizes inelutáveis e inevitáveis. Linhas políticas supostamente não-ideológicas e neutras. Na verdade, são as mais ideológicas de todas. Por um lado, porque defendem interesses de classes e grupos sociais contra outros. Por outro lado, porque conseguem levar a cabo o efeito ideológico mais difícil: uma ideologia apresentar-se como não-ideológica.

Não tenho a dizer mais nada a não ser: Enterrem este governo.

Wikileaks: Mais um massacre.






Tenho aqui um vídeo bastante elucidativo que mostra o horrível massacre perpetuado por soldados americanos, assim como fotografias dos mesmos a matarem civis no Iraque, antes de rirem de suas vítimas de seus corpos foi divulgada online.

A filmagem e as fotos que retirei do site wikileaks, que surgiram no site, mostram fuzilamentos indiscriminadamente em um grupo de homens, alguns dos quais estão desarmados.

Entre os mortos desta prática hitleriana de ataque, não de defesa atente-se foi o fotógrafo da Reuters Namir Noor-Eldeen de22 anos, e o seu motorista Saeed Chmagh,de 40 anos. Duas crianças ficaram feridas durante o incidente em Bagdad.

Um porta-voz militar dos EUA confirmou que as filmagens e as fotos eram autênticas.

O site WikiLeaks disse que adquiriu vídeo criptografado do ataque através de militares que denunciaram a situação, algo que levou o staff do site a investigar e a quebrar o código de encriptação.
O site acrescentou que o vídeo, filmado de um helicóptero Apache, que mostra um tiroteio no bairro de Nova Bagdad em 12 de julho de 2007.

O vídeo que contém uma faixa de áudio, que consiste em uma conversa entre os soldados, mostra uma vista aérea de um grupo de homens que se deslocam sobre um quadrado em um bairro de Bagdad. Os panfletos identificar alguns dos homens que armados e afirmam que eles estão segurando AK-47s e um RPG (lança-granadas).

WikiLeaks disse que os homens na praça incluem fotógrafo da Reuters Namir Noor-Eldeen, e o seu assistente, o motorista Saeed Chmagh, que foram mortos no incidente.


A mira das armas é posta sobre eles, sobre o pretexto que os dois funcionários de Reuters estavam armados, mas afinal as armas eram câmeras.

O helicóptero da ligação, usando o nome Crazyhorse abre fogo.

Um dos tripulantes mensagens: "Hahaha. Eu acertei em um. Outro responde um pouco mais tarde: "Ah, sim, olha para os mortos bastardos".

Um dos homens no terreno, que se acredita ser o condutor Chmagh, é visto ferido e tentar rastear para uma zona de segurança.

Um dos tripulantes do helicóptero é ouvido que desejam para o homem de alcançar uma arma que ele tem um motivo para abrir fogo, e diz: '. Tudo o que precisas fazer é pegar uma arma "

Minutos depois, uma carrinha aproxima-se , começa a ajudar os feridos, mas para "brilhar a pérola" o helicóptero abriu fogo. Sentados atrás do pára-brisas estão duas crianças.

Depois as forças terrestres chegam e as crianças são descobertos, a tripulação aérea americana culpa os iraquianos.
"Bem, é culpa é deles trazer as crianças para uma batalha", diz um.

David Schlesinger, da Reuters, chefe da redacção, disse que sobre o vídeo divulgado pela WikiLeaks que as mortes de Noor-Eldeen e Chmagh foram "trágicas e são emblemáticas para os gravíssimos perigos que existem na cobertura de zonas de guerra".

O vídeo divulgado através WikiLeaks prova dois aspectos na minha óptica, uma é os perigos da cobertura do jornalismo de guerra e as tragédias que podem resultar da cobertura, outra é a prática assassina do exército Norte-Americano.
A Reuters tem pressionado os E.U.A para conduzir uma investigação completa e objetiva sobre o assassinato dos dois funcionários, mas sem resultados logicamente.

Um oficial que apresentou este material nos E.U.A. disse à Reuters, que teve que fazer um pedido ao abrigo do Freedom of Information Act para obter cópias, para depois as expor.

Assange disse ainda no wikileaks que discorda com a avaliação de militares dos EUA do incidente que o ataque foi justificado.

"Eu acredito que se esses assassinatos sejam legais sob as regras dos militares, mas as regras dos militares são erradas, profundamente erradas", disse ele.

Mas pergunto eu, alguém iria estar tão relaxado com dois helicópteros apache, sendo que estavam carregando um RPG e essas pessoas eram inimigos dos Estados Unidos?
Santa paciência, mas isso só quem não quiser ver, que foi um ataque claro à liberdade de informação, e puro sadismo do exército Americano.

É preciso para o imperialismo do E.U.A. antes que eles nos "libertem" como o fizeram no Iraque e no Afeganistão.

Contador negro de custos bélicos desde que começou as guerras imperialistas do Iraque e Afeganistão.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

(A)deus, Pátria e Família.


Como eu já escrevi aqui no blog, começo a pensar que ando a viver um pesadelo, um pesadelo real, autênticamente digno da P.I.D.E.-D.G.S. patrocinado pelo governo "Socialista", mas aplaudido pelos caciques P.S.D. e C.D.S.-P.P. onde a recolha de "informações" com vista á "segurança" de todos,não passa de um embuste, uma mentira, uma violação de direitos elementares, mais uma machadada contra o sistema democrático, mais um episódio em que sou forçado a dizer ao partido socialista "Tu quoque, Brute, fili mi".

Falta-me o melhor adjectivo e o mais adequado para classificar mais uma traição do partido socialista ao bom nome dos cidadãos, e ao respeito pelas suas vidas privadas. Novos arquivos da PIDE? A CNPD (comissão nacional de protecção de dados "insurge-se" hipocritamente contra este abuso, mas não se indignou com a entrega aos Estados Unidos da América, dos dados de ADN e outros, dos cidadãos de Portugal?
Mas estamos a brincar ou quê? Nem os Serviços Secretos devem dispor desses elementos, quanto mais a PSP?
Nem mesmo a Judiciária pode fazer essa prática "pidesca".


Os "Srs." que estão à frente da PSP eventualmente viveram num estado policial, logo eu concluo que devem ter um valente saudosismo, mas desse tempo não temos saudades e não queremos que se repita. Espero que sejam inteligentes, pois este abuso que os Srs estão a cometer, por norma vira-se contra vós próprios. É uma questão de tempo. Recordem a perseguição que foram objecto os tipos da PIDE, enquanto os magistrados dos tribunais plenários ninguém lhes tocou infelizmente.
E para que tal aconteça, basta deixarem de estar nas boas graças do poder político. Para a vossa dignidade não pactuem em acções indignas. Respeitem-se a vós próprios, para que nós, os cidadãos tenhamos respeito pela PSP.

Somente a PIDE tinha tanta informação! Aonde foi parar a defesa da nossa "Vida Privada" (Inscrita na Constituição) ? São só coisas Inocentes do Pinóquio !? Quem nos salva deste descalábro Moral ?
De facto o País está voltado do avesso, com esta corja de bestas. Antigamente entre 1926 e até 1974 o lema era DEUS. PÁTRIA e FAMÍLIA, hoje a democracia começa a impor aos cidadãos (A)Deus, Pátria e Família.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Operação AJAX


Os americanos ficaram chocados com o anti-americanismo que se seguiu a Revolução Islâmica do Irão em 1979. A maioria não tinha conhecimento do envolvimento do seu país no outono de 1953, quando derrubou o primeiro-ministro Mohammad Mossadegh, que não foi reconhecido publicamente até 2000. ( dito pela Secretária de Estado de Clinton Madeleine Albright que admitiu: "o golpe foi claramente um retrocesso para o desenvolvimento político iraniano. E é fácil entender agora por que muitos iranianos continuam a ressentir-se esta intervenção pela América nos seus assuntos internos." NY Times 2000.

A Operação Ajax foi o nome de código para o enredo de 1953 da C.I.A. em que derrubaram o governo de Mossadegh secular e instalar Mohammad Reza Pahlavi conhecido como o Xá da Pérsia. O jornalista Kinzer (Estado-Unidense) diz que "os governos mais poderosos do mundo estavam dispostos a tolerar a opressão sem limites, desde que os regimes opressivos fossem simpáticos ao Ocidente e às companhias petrolíferas ocidentais."
A tirania do Xá foi derrubada em 1979,liderada pelo Ayatollah Khomeini que logo destacou que "não somos socialistas como Allende e Mossadegh, a quem a CIA pode extinguir." O Irão iria tornar-se com o Afeganistão um dos berços do Pan-islamismo que é um movimento político que evoca a unidade dos Estados islâmicos, cujas raízes se situam em Jamal al-Din al-Afghani, divulgador de ideais pan-islâmicos no mundo árabe. Eles possuem uma visão romântica da história do povo árabe e marcada por um profundo pensamento anti-iluminista, renegando as idéias de Jean Jacques Rousseau e François Voltaire, por exemplo. Analogamente à noção de kräfte, termo de origem germânica que remete à idéia de "força", Afghani desenvolve a idéia romântica de uma nação que é capaz de manter sua unidade/identidade através de forças intrínsecas que são capazes, por sua vez, de mantê-la coesa e homogénea.

Continuando, o jonalista do NY times Kinzer argumenta o lógico, que os povos não dormem para sempre, que o Xá da Pérsia e a sua vida fausta, corrupta não poderia durar parar sempre, contrastando com a miséria do povo iraniano.

A história do Xá é uma história do império Estado-Unidense, com actos muito sujos, criminosos até à medula. Em 1919, para proteger os campos da Anglo-Persian Oil Company de motins sociais,a lei marcial imposta para reprimir revoltas populares,foi imposta no âmbito do acordo anglo-persa. Ahmad Shah o último e politicamente impotente visto que nada mais era que um fantoche governante da dinastia Qajar ( instaurada em 1794, quando Aga Muhammad Khan, chefe de uma tribo turca, funda a dinastia Qadjar. Esta permanecerá no poder até 1921, movendo-se em uma arena onde as novas potências - a Rússia imperial e o império britânico - exerceriam grande influência política sobre os reis Qadjaridas. O Irão entretanto, conseguiu manter sua soberania e nunca foi colonizado "territorialmente" um caso raro na região.)

Durante o reinado de Fath Ali Xá o Irão foi derrotado em duas guerras com a Rússia, que tiveram como consequências a perda da Geórgia, do Daguestão, de Bacu e da Arménia caucasiana.
Em 1921 por Aga Khan foi derrubado por um golpe financiado, ao menos em parte, pelos ingleses.

Reza que se descreveu como um nacionalista, mas reconheceu sua dívida para com os ingleses, tornou-se o primeiro Xá da dinastia Pahlavi e iniciou um reinado que foi tão brutal quanto foi eficiente aos interesses Ingleses. Ele emulado pelas reformas sociais de Atatürk, mas sem as habilidades políticas de Atatürk, alienou a maior parte de seu povo. Seria destituído porque na II Guerra Mundial, a Grã-Bretanha e a URSS ocuparam algumas áreas do país para proteger os campos petrolíferos de uma provável incursão alemã. Os aliados assumiram o controle do sistema de comunicações do Irão e Reza Pahlavi, que simpatizava com os interesses do Eixo, abdicou. Seu filho, Mohamed Reza xá Pahlevi, o sucedeu no trono adotando uma política favorável aos aliados e concordando com as reformas liberais que o parlamento queria impor. Em 1943, o governo iraniano protestou por causa do total isolamento a que foi submetida a zona de ocupação por parte da URSS. Esta disputa foi resolvida na Conferência de Teerão, onde surgiu a Declaração sobre a independência, soberania e integridade territorial do Irão. As grandes dificuldades econômicas que surgiram na primeira metade de 1950 geraram uma grave crise política.

O general Ali Razmara assumiu o cargo de primeiro-ministro. Sua política conseguiu melhorar a situação econômica do país, mas se opôs radicalmente à nacionalização da indústria do petróleo. Foi assassinado em 1951. Mohamed Hidayat Mossadegh o sucedeu no cargo como dirigente do Partido da Frente Nacional. Defendeu também a nacionalização das empresas de petróleo. Em 1953 Mossadegh e o Xá entraram em conflito por causa da repercussão internacional da nacionalização das companhias petrolíferas , em sua maioria inglesas. O mandatário dissolveu a câmara de deputados e o xá, que se opunha a muitas das medidas adotadas, o destituiu. Mossadegh negou-se a abandonar o cargo e seus seguidores levantaram-se contra a monarquia, obrigando Reza Pahlevi a partir para o exílio. Mas o boicote econômico das potências ocidentais e a aceitação de uma aliança com a União Soviética enfraqueceram a posição de Mossadegh. Após a vitória dos partidários do xá, conseguida com a ajuda dos serviços secretos ingleses e norte-americanos, o general Fazlollah Zahedi foi nomeado primeiro-ministro e começou a governar. O xá aumentou seu controle sobre o governo, mantendo uma estreita aliança com os Estados Unidos.

Mas continuando Reza abdicou, para ser sucedido por seu filho de 21 anos Mohammad Reza. A abdicação tinha removido um líder que poderia colocar em causa os interesses da Anglo-Iranian Oil Company (AIOC)cuja concessão era grotescamente injusta, algo que o novo líder nunca colocou em causa.

Em 1949, os britânicos ainda queriam mais, e exigiram um melhor saque... A Frente Nacional, uma coligação popular liderada por Mossadegh, que opunha-se à concessão dos recursos naturais, visto que em 1947, Mohammad Reza havia promulgado uma lei exigindo a renegociação da concessão AIOC e proibindo qualquer outro, garantindo o monopólio dos Ingleses.
O Xá nomeou o general Ali Razmara como primeiro-ministro perante a insistência dos ingleses, que queriam um PM forte. A liderança do Xá poderia ter fatalmente enfraquecido a Frente Nacional por concordar com a solução Razmara que queria dividir o petróleo em 50% para os Iranianos, porque era um primeiro-ministro que queria uma solução de compromisso,mas não a nacionalização do petróleo total, mas que também não queria a concessão do monopólio aos Ingleses, mas sim dividir entre Iranianos, Ingleses e Americanos, mas os Ingleses rejeitaram: "Nunca tão poucos perderam tanto, estúpidamente e tão rápido", como Dean Acheson disse: conciliação foi impossível. Razmara foi assassinado, e sucedeu-lhe Mossadegh.

Em vez de dividir a proposta Razmara de 50/50, brilhantemente Mossadegh exigiu e obteve do parlamento iraniano nacionalização completa. O Xá sob coacção foi obrigado a revogar assim a concessão aos Ingleses,por isso Mossadegh se tornou um herói nacional, e os britânicos colonialistas autênticos.

Truman presidente dos E.U.A. recebeu a notícia de Henry Grady, o seu embaixador no Irão, que a Inglaterra queria derrubar Mossadegh (um ato de "loucura total", como Grady definiu , e deixou claro que um golpe seria totalmente inaceitável. Os britânicos, com erro de cálculo épico, levaram o caso ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Em francês fluente, o Mossadegh frágil praticamente sem apoio internacional, apelou às Nações Unidas como "o último refúgio dos povos fracos e oprimidos" e negou a pretensão da Grã-Bretanha para o petróleo. Os britânicos pensaram estupidamente que a sua moção seria aprovada, mas com o contributo da U.R.S.S. e dos seus aliados, os ingleses passaram a ser uma opinião minoritária felizmente, Mossadegh foi considerado o homem do ano em 1951.

Enquanto o Irão estava concentrado nos seus interesses e do seu povo, a América Imperial também tinha um interesse da praxe: COMBATER O COMUNISMO. Os britânicos persuadiram o novo presindete Eisenhower que o Irão estava em perigo de cair para o comunismo.

Eisenhower, guiado por John Foster Dulles e Allen Dulles dois paranóicos anti-comunistas, progressistas e a tudo o que cheirasse a progressismo, direccionavam a garra da secreta (CIA) dos E.U.A. para a ofensiva e concluiram que a América tinha de patrocinador a "mudança de regime" para garantir a sua própria "sobrevivência". "Durante a noite" assim metafóricamente escreveu Kinzer "a CIA tornou-se uma parte central do aparato da política externa americana, e ações secretas chegou a ser considerado como uma forma barata e eficaz para moldar o curso dos acontecimentos mundiais". Operação Ajax marcou a primeira vez que os EUA derrubaram um governo estrangeiro.

A descrição Kinzer de o golpe é magistral e emocionante, intimidaram o Xá a demitir Mossadegh e organizaram protestos e contra-protestos "habitual como nos dias de hoje"[Mossadegh] (diz o Xá) estava disposto a sacrificar o povo iraniano, e ele quase conseguiu. Graças a Deus meu povo finalmente entendeu-lo", entoava o Xá. "Meu único crime", disse aos seus juízes Mossadegh "é que eu nacionalizei a indústria petrolífera iraniana e removido desta terra a rede do colonialismo e da influência política e econômica do maior império do mundo". Mossadegh foi condenado a três anos de prisão seguido de prisão domiciliar para a vida.

No final de 1970, o Xá descobriu que não havia ninguém para negociar com: ele esmagou toda a oposição legítima. Khomeini retornou de Paris e negou provimento ao passado: "Ele destruiu Shah, Mossadegh, Esses já passaram o Islão é tudo o que resta"

Mossadegh foi um progressista, um patriota da história iraniana, da história do Oriente Médio, e da história do anti-colonialismo,do anti-imperialismo, ele desferiu um golpe feroz ao império britânico e acelerou sua queda.

Apenas um ano após a Operação Ajax, Jacabo Arbenz na Guatemala, foi derrubado, o segundo de uma extensa lista negra de líderes estrangeiros mortos ou deposto pela CIA.

Hoje ainda se paga a factura do que naquele tempo Ingleses e Americanos destruíram...
Com o fascismo pan-islãmico a governar aquele país.

ENFARTE "DO SISTEMA" SANGUE NOVO E ESCRITA E ARTE INDEPENDENTE http://www.enfarte.pt.to/


Caros leitores aqui deixo uma sugestão para todos os que tiverem bom gosto, especial prazer em ler algo com sensatez ou talvez não visto que estamos a falar contra o sistema, onde nada é sensato aos olhos dos suspeitos do costume...
Tenho prazer de deixar aqui uma pequena amostra da página que podem visitar através do ENDEREÇO http://www.enfarte.pt.to/.
Boa escrita, excelentes opiniões e arte é o que vos posso prometer, atendendo que conheço as pessoas que compões o staff,suas qualidades humanas e artísticas.
Falta o nosso/vosso apoio.
Obrigado caros leitores.

Miguel Leite (Jonhy Sacramine)

ENFARTE! NASCE UMA ZINE D’ARTES E LETRAS
Nasce mais uma zine de expressão artística e literária. Os conteúdos estão a cargo de todos enquanto o design, a organização e produção estarão ao cargo de um grupo de anticorpos barcelenses. Contamos com a tua participação!
Para saberes mais sobre esta zine clica aqui
Para saber como participar clica aqui
ilustração: num sonho do mini sotão (1º encontro do ENFARTE) by Mário J Negrão



http://www.enfarte.pt.to/

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

BREVE MANIFESTO ANTI-PORTAS EM PORTUGUÊS SUAVE. "Real Senhor ía passando... Encostado à bananeira, diz o preto para preta: está bonita a brincadeira."


1.- Estava eu 'posto em sossego' - aprestando o barquito da família para umas passeatas na Ria -, quando soube que vinham albergar em Aveiro nada menos que 2-intelectuais-2 de Lisboa, apostados em trocar a missanga de meia-dúzia de refervidas ideias por um açafate cheio do marfim eleitoral deste Distrito.
De pronto apostado em estragar-lhes o negócio, ainda ponderei então a conveniência de dar um salto algarvio à Praia dos Tomates - para um tonificante estágio 'à la minuta', junto da elite bem-pensante e vegetariana da Capital em férias.
Todavia, depressa desisti desse passeio para o sul - confiado em que a singela funda-de-David, que sempre me acompanha, bastaria para atingir e abater essas aves de arribação.
Não é que não goste de pássaros. Gosto. Mas detesto os cucos políticos - que usurpam e se instalam com à-vontade nos ninhos feitos por outros companheiros (ía a escrever 'camaradas' - expressão regional caída em desuso, mas recuperável).

2.- Deixando os eufemismos, a verdade é que venho lutando desde há muitos anos (frustradamente embora) contra o latrocínio institucional de que a região de Aveiro vem sendo vítima: designadamente, tiraram-nos o Centro Tecnológico da Cerâmica; o Centro de Desportos Náuticos foi também para Coimbra; o discreto porto da Figueira da Foz vem sendo privilegiado em relação ao porto-de-mar de Aveiro; a nossa Universidade só começou a receber dotações decentes depois de saturada a Universidade do Minho; as questões da bacia do Vouga são tratadas na Hidráulica do Mondego; a Direcção dos Serviços da Segurança Social de Aveiro foi transferida para Coimbra; os nossos Serviços de Saúde foram degradados para 'sub-regionais'; a Agricultura do Distrito passou a ser dirigida pela Lusa Atenas e por Braga (!); e a supervisão da Educação na região foi repartida entre o Porto e a dita Coimbra.

3.- Só nos faltava agora mais essa: sermos doravante representados no Parlamento por dois intelectuais da Capital!
Era o cúmulo passarem os Deputados por Aveiro a ser gente de fora - 'estrangeiros' para aqui impontados por Lisboa, como 'comissários políticos para zona subdesenvolvida' ou 'tutores de indígenas carecidos de enquadramento'.
Tinha que reagir - e reagi !

4.- Na verdade, o Distrito de Aveiro sempre foi terra de franco acolhimento para quem vem de fora - para aqui trabalhar e viver, valorizando a região (que se torna também sua). Aliás, é esse um dos segredos do nosso crescimento e desenvolvimento. É esta uma das características da nossa identidade: somos gente aberta e hospitaleira, tolerante e liberal, civilizada, moderna, culta e progressiva; todavia - até por isso - nunca tolerámos que nos impontassem mentores!

5.- Disposto a barrar a promoção (à nossa custa) a tais intrusos, procurei apurar quem realmente sejam.

6.- Quanto ao Dr. Pacheco Pereira, foi-me fácil saber que, antes e depois do '25 de Abril', foi comunista radical - daqueles que (aos gritos de "nem mais um soldado para as colónias") impediram designadamente que Portugal pudesse ter evitado a guerra civil em Timor (e a subsequente invasão indonésia - com os dramas e horrores tão sobejamente conhecidos).
Com sólida formação marxista-leninista, o Dr. Pacheco Pereira tem vários livros publicados sobre o movimento operário e os conflitos sociais em Portugal no início do século.
Constou-me ter agora no prelo um longo escrito sobre as motivações íntimas que o terão levado a renegar o comunismo - opção ideológica que (a manter-se) não lhe teria permitido 'fazer carreira' no PSD, como é evidente...
Todavia, segundo notícias de certo semanário, o Dr. Pacheco Pereira recusa o jogo de equipa que a social-democracia pressupõe: ditadorzinho, não quer na campanha eleitoral em curso a companhia do Dr. Gilberto Madail - que limita às vulgares tarefas de motorista: guiá-lo pelo Distrito (que mal conhece). Realmente, o Dr. Pacheco Pereira ainda carece de alguma reciclagem democrática...

7.- Quanto ao Dr. Portas, esfalfei-me a correr bibliotecas e alfarrabistas - à procura dos livros que tivesse dado à luz, donde pudesse inferir qual seja afinal a corrente de pensamento que o norteia. Baldadamente. De facto, o Dr. Paulo Portas apenas publicou um 'folheto de cordel' (que me custou 750$00) sobre os malefícios da integração do nosso país na Comunidade Europeia - opúsculo sem qualquer novidade em relação aos numerosos bilhetes-postais que vem subscrevendo no seu jornal (sem erros ortográficos, mas com pouco fôlego - valha a verdade).
Digamos que tais escritos estão para o 'ensaio' como as quadras populares para o 'poema' - na forma e no conteúdo.
Trata-se de breves crónicas fúteis (embora não tanto como as do MEC, que aliás lhe leva a palma no sentido de humor e imaginação). Espremidas - pingam apenas cinco ou seis ideias, que não chegam sequer para conformar o anarco-conservadorismo (?) que se arroga ser a sua actual matriz ideológica.

8.- Certo é porém ter sido com essas 'quadras soltas' que o Dr. Portas concorreu aos jogos florais da política recente - ganhando (por 'menção honrosa') a viagem turística ao círculo eleitoral de Aveiro, que o Partido Popular oferecia como prémio para o melhor trabalho apresentado por amadores sobre o tema do 'antieuropeísmo primário'.
Tenho-me esforçado por lhe estragar tal passeio - com algum êxito.

9.- Julgavam o Dr. Portas e o enfadado Pacheco Pereira (outro excurcionista) que as respectivas candidaturas a deputado por Aveiro eram 'favas contadas'. Não nos conhecendo, supunham que os aveirenses ('provincianos' como nos chamam) ficaríamos enlevados e até agradecidos pela sorte (grande) de passarmos a ser representados no Parlamento por 'lisboetas de tão alto gabarito' (a expressão não é minha, evidentemente).
Terão assim ficado surpreendidos pelo 'impedimento' que - logo após a 1ª anunciação - eu próprio (parente muito chegado da noiva) entendi opôr firmemente ao casamento-de-conveniência que pretendiam contraír com a minha querida região de Aveiro (num escandaloso golpe-de-baú eleitoral - para usar linguagem de telenovela).
Como consequência imediata, eles - que tencionavam 'casar por procuração' (que é como quem diz sem-sequer-cá-pôr-os-pés) - tiveram que se dar ao incómodo inesperado de interromper as regaladas férias que gozavam e vir mesmo mostrar-nos os seus dotes.
Estraguei-lhes o arranjinho!

10.- O primeiro a comparecer foi o Dr. Portas.
Chegou de fato novo e ideias velhas.
E instalou-se num hotel da região - escolhido pela mãezinha (no Guia Michelin).
Desde então, quase não tem feito outra coisa senão passar a 'cassete' - que gravou contra a participação de Portugal na Comunidade Europeia.
Tão desenvolto como qualquer vendedor de banha-da-cobra, impinge a quem se acerca as suas críticas à integração (aliás com a mesma monotonia com que o Marco Paulo repete ter dois amores).
E confunde deliberadamente os erros crassos cometidos pelo cavaquismo (nas negociações internacionais e no desenvolvimento interno das políticas sectoriais da integração) com a própria integração - o que constitui uma desonestidade intelectual inaceitável.
Pior é quando reclama que seja submetida a referendo a nossa entrada na União Europeia - depois de já termos entrado (e... recebido os milhões e milhões que essa opção facultou aos incompetentes governos do PSD) ! Aliás, o Portas não explica sequer que mirífica alternativa à comparticipação na CE teríamos podido escolher.

11.- Confrontado com questões políticas mais comezinhas (como a regionalização e o tratamento dos resíduos tóxicos), não tem opinião própria ou não sabe para que lado lhe convém cair - e refugia-se então na evasiva: reclama um plebiscito 'adequado'.

12.- Fundamentalista e vaidoso, o Dr. Portas parece estar convencido de que não existe mais nenhum português inteligente e verdadeiramente patriota - além dele e do Dr. Manuel Monteiro.
Aliás, o Portas tem o nosso povo em fraquíssima conta...
Não obstante, messias da restauração, reclama 'missionários' (sic) para o seu ridículo sebastianismo - sem revelar de que Alcácer Quibir pretende afinal a reconquista.

13.- Inseguro, o jovem Portas sublima os seus problemas existenciais numa catarse de legitimidade duvidosa: exacerba as opiniões políticas que defende a um grau de intolerância que excede manifestamente o radicalismo aceitável de quem se move apenas por convicções arreigadas - tornando-se injusto, maledicente e agressivo.
Aliás, o frenesim que reveste a sua militância é bem um indício dessa terapêutica (praticada que foi, também, por 'chefes' cujos nomes a História registou - mal comparando...).

14.- Políticamente, o Portas é um 'bluff' - produto acabado de certos meios intelectualóides da Capital, que funcionam em circuito fechado: por convites mútuos, elogios recíprocos e esquemas de sobrevivência imediata.
Entre muitos outros, fazem parte de tal 'entourage' o avinagrado Vasco Pulido Valente ('avinagrado' de vinagre - entenda-se) e sua piedosa esposa, D. Constança Cunha e Sá - ambos comungando os chorudos ordenados que "O Independente" (assim chamado) do Dr. Portas lhes paga, pelas crónicas de mal-dizer que semanalmente ali escrevinham, no cómodo formato A4.
Também o inefável Miguel Esteves Cardoso colabora no endeusamento do Portas, rebuscando a favor do patrão os trocadilhos que lhe deram notoriedade há mais de 20 anos - aquando era uma espécie de menino-prodígio da escrita fútil.
Pena que tenha deixado de ser prodígio e se mantenha menino; pena que desperdice agora o seu inegável talento juvenil a produzir romances pornográficos - ainda que muito apreciados pelas pegas e pederastas do Intendente e pelo crítico Henrique Monteiro, que os reputa (o termo é adequado) como peças exemplares da literatura moderna.

15.- O Portas é elitista. Mas simula demagogicamente interessar-se pelos problemas daqueles a quem, no seu milieu, é uso chamar 'as classes baixas' - como aconteceu recentemente na Bairrada, quando fingiu participar na vindima que gente simples e autêntica da terra levava a cabo (por castigo andando agora, há já várias noites, a pôr 'creme nívea' na sua mãozinha mimosa, nunca antes maltratada por qualquer alfaia agrícola).

16.- O Portas é dissimulado: esconde da opinião pública parte da sua verdadeira identidade.
Concretamente, oculta que é monárquico - opção que, sendo embora legítima, tinha obrigação de revelar àqueles a quem pede o voto para deputado da República !
É a tal 'falta de transparência política' que critica - nos outros, claro...

17.- O Portas é um democrata precário: por falta de formação ou informação, por carência de convicções ou por incoerência, rejeita a aplicabilidade universal da regra '"um homem-um voto" - verdadeiro axioma da Democracia essencial.
Assim sendo, não me admiraria nada que o Dr. Portas resvalasse a curto prazo para a defesa de soluções autoritárias para a governação dos portugueses, que (no seu entender) revelam "uma estranha tendência para o precipício".

18.- Eleitoralmente, o Portas é desleal: vicia as regras do jogo. Na verdade, tendo-se feito substituir formalmente na direcção d' "O Independente" (assim chamado), usa agora tal semanário como jornal-de-campanha privativo, aí publicitando escandalosamente os seus palpites e auto-elogios e atacando e denegrindo os adversários - com a cumplicidade na batota do respectivo 'conselho editoral' !
Porque não sou 'queixinhas', não vou lamentar-me nem reclamar contra tão anómalo procedimento - junto da comissão-de-ética do Sindicato dos Jornalistas, junto da Alta Autoridade para a Comunicação Social ou mesmo junto da Comissão Nacional de Eleições.
Não vou sequer queixar-me à mãezinha do Dr. Paulo Portas. Tão-pouco protestarei junto do Dr. Nobre Guedes - tido por 'dono do jornal' -, até porque sei que anda absorvidíssimo por visitas diárias a feiras e mercados e pelas demais tarefas da sua própria 'candidatura a sanguessuga' (também pelo PP), sem que lhe reste tempo para se preocupar com subtilezas e ninharias éticas.
Aliás, provavelmente não será especialista em 'deontologia profissional do jornalismo'.
Assim sendo, remeto a apreciação da chocante conduta do Dr. Portas e d' "O Independente" para a opinião pública e para os jornalistas Daniel Reis, Cáceres Monteiro, César Principe e José Carlos de Vasconcelos - tidos por profissionais honestos, competentes e livres (aliás como muitos outros). Concretamente, permito-me perguntar-lhes se acham que o comportamento daquele semanário e do Dr. Portas (que usa fazer a apologia dos valores morais sociais) seja éticamente aceitável.

19.- De facto, não é fácil ser-se coerente e sério em política !

20.- Particularmente difícil é porém 'fazer carreira política' em Portugal - sobretudo quando não se dispõe do apoio de qualquer dos 'lobbies' que condicionam quase toda a nossa actual vida pública. Estou a referir-me à 'solidariedade corporativa' na promoção individual de que beneficiam os membros da Maçonaria, os confrades da Opus Dei, os agentes dos grupos económicos e - mais recentemente - os parceiros da comunidade 'gay'. Trata-se de organizações ou agregados que mantêm intervenção (directa ou indirecta) praticamente em todas as estruturas da nossa vida colectiva - também nos partidos políticos e na comunicação social.
Agindo concertada ou avulsamente,os membros de tais 'lobbies' têm grande influência sobre muitas tomadas de posição de quem-de-direito e sobre a formação da opinião pública.
Podem designadamente ajudar ao aparecimento de pretensos génios artísticos, 'heróis sociais' ou ídolos-de-pés-de-barro (como são muitos dos políticos de sucesso).

21.- Por definição, as interferências do género são discretas ou mesmo subliminares - e passam geralmente desapercebidas aos cidadãos influenciáveis.
Na verdade, quem é que, de manhã, ao acompanhar a torrada e o galão do dejejum com a leitura do 'Público', pondera que esse jornal tem dono - e que o editorialista Vicente Jorge Silva é capataz dos respectivos interesses (mesmo quando - agora instalado - escreve considerações que fazem lembrar os tempos remotos e diferentes em que foi considerado pelos situacionistas de então como um jovem rasca da 'geração de 60') ?
E quem perceberá que está a ser condicionado na formação da sua opinião, quando escuta na rádio uma análise ou critica - injustamente lisonjeira - da acção de um diplomata, do trabalho de um artista ou da capacidade de um político homossexual proferida por outro homossexual, se não souber que tal apreciação reporta afinal a solidariedade de pessoas da mesma minoria ?

22.- A acção de todos ou alguns desses 'lobbies' perpassa de facto os principais partidos - transversalmente.
E, por vezes, é no espírito-de-corpo ou jogo de conveniências dos respectivos protagonistas que se encontra explicação para surpreendentes convívios gastronómicos no 'Gambrinus' ou na província e para inesperados apoios ou solidariedades espúrias ocasionalmente detectáveis nos mais variados campos da nossa vida colectiva.

23.- Republicano convicto, socialista humanista e democrata sem transigências, tenho feito o meu discreto percurso de político-não-profissional apenas com a ajuda dos activistas locais do PS e o firme apoio da gente bairrista da região de Aveiro - sem compromissos em relação a qualquer daquelas estruturas ou 'forças de pressão'. Livre e independente como sempre, enfrento a presente conjuntura eleitoral com justificada confiança.
Estrêla de 3ª grandeza nos céus confinados do meu Distrito, nada me ofusca o brilho fugaz do citado Dr. Portas - cometa ocasional, que desaparecerá deste firmamento tão depressa como apareceu (e... sem deixar rasto).
Tão-pouco me perturba a dimensão aparente do Dr. Pacheco Pereira - lua nova doutras galáxias, que (perdido o fulgor militante que o marxismo-leninismo lhe emprestava) agora só é visível quando reflecte a claridade frouxa dessa extensa nebulosa que se chama PSD.
24.- Na minha terra, sou mais forte do que eles !

25.- Na noite do próximo dia 1 de Outubro, espero poder pendurar no meu cinto de caça política as tais duas aves de arribação - espécies exóticas lisboetas pouco apreciadas na região cinegética de Aveiro: um garnisé-cantante e um pavão-de-monco-caído.
Esses troféus servirão de espantalho a futuras transmigrações para esta 'zona demarcada entre o Douro e o Buçaco.

Carlos Candal.


Não poderia deixar de postar a minha homenagem a Carlos Candal por este magnífico manifesto contra uma das personagens que mais prejudicou este país, continua a prejudicar e que desconfio que muito candidamente é capaz de a médio prazo fazer uma coligação com uma "COISA".... Para quem se questiona sobre a verdadeira razão do assalto ao poder protagonizado por esse rabeta que é o Paulinho das bonecas, aqui fica uma achega:

Quando aqui há uns anos estalou o caso Moderna, o nosso Paulinho estava entalado até aos testículos.

A coisa estava preta! Vai daí, conseguiu pôr um pé no governo do então (não menos animalzinho desprezível) Durão Barroso, forçando a posse da pasta da Justiça.

Comandando esse ministério através do peão Celeste Cardona, o Paulo lá se safou de todas as investigações que o poderiam entalar.

A PJ sofreu grandes alterações, a Maria José Morgado foi afastada do que andava a fazer e tudo passou impune. Jogada de mestre, tem de se reconhecer.

Agora existe de novo matéria para meter o paulinho na gaiola.

O animalzinho não foi capaz de estar quieto e fartou-se de meter ao bolso (coisa estranha, uma vez que apregoava a moral e os bons costumes, fazendo passar-se como o Estadista que nunca foi, cheio de "pose" de Estado, mas o termo correcto não era pose, mas sim "POSSE" de Estado.... Um falso, portanto).

Apanhou-se no ministério da Defesa e viu que ali é que é à grande!

Com milhões e milhões para gerir à fartazana, cedo se esqueceu dos princípios que nunca teve.

Blindados ,helicópteros, SUBMARINOS, mísseis, navios patrulhões, etc, etc, etc...

É um rol de negócios em que ele meteu o bico.

Esqueceu-se que nem todos andam a dormir e agora teve e tem a Judite à perna.

Ele sabe.

Uns poucos sabem.

Pena que o país não saiba e ande a dormir.

Porque esta luta pelo poder, não é mais do que a tentativa desesperada para se manter à tona.

Pode ser que um dia chegue a justiça para ele.

Como no jogo da batalha naval "Submarino ao fundo..."

Mas ainda existe mais... O contrato de aquisição dos blindados Pandur, assinado no tempo de Paulo Portas, está a ser investigado pelo Ministério Público.

Fonte da procuradoria confirmou jornal "i" que no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) foi aberta uma averiguação preventiva ao concurso de aquisição de viaturas adjudicado em 2005 e ao respectivo contrato (que foi alterado já após a divulgação da vitória do grupo Steyr).

A averiguação ao concurso dos veículos Pandur surge cinco anos depois do alerta do Tribunal de Contas, numa altura em que o Estado lançou um ultimato à empresa.

O Ministério da Defesa ameaçou rescindir o contrato de aquisição dos Pandur se as viaturas em falta não forem entregues até ao fim do mês de Agosto. Segundo Santos Silva, a preocupação é com os interesses do Estado português, os interesses dos contribuintes, da Marinha e do Exército.
Diz fonte judicial, citada pelo mesmo jornal, diz que podem estar em causa crimes graves, como corrupção para acto ilícito. Caso contrário, o Ministério Público teria de considerar prescritos os eventuais crimes. (Diário Económico)


A história da Lusa A2, uma pistola-metralhadora compacta, de calibre 9x19 milímetros, concebida e desenvolvida pelas Indústrias Nacionais de Defesa de Portugal (INDEP) desde 1983, é um exemplo claro da forma como em Portugal se tem conseguido sucessivamente liquidar a indústria de Defesa.
Desenvolvida em Portugal, especialmente para membros de forças de segurança pessoal e de forças especiais, a arma nunca chegou à fase de produção em massa nas INDEP, “devido aos custos de produção”, apesar de se destinar, na altura, a substituir a pistola-metralhadora FBP, das Forças Armadas Portuguesas, que acabaram por adquirir armas estrangeiras, em compras directas...
Fontes conhecedoras do processo, contactadas pela TDSnews, revelam que, depois de mais de uma boa meia dúzia de anos de investigação, concepção e desenvolvimento e mais de 10 milhões de euros de investimento no projecto da Lusa A2, em 2004, quando Paulo Portas era ministro da Defesa, a INDEP vendeu a licença, estudos, protótipos e mesmo todas as máquinas-ferramentas, desenvolvidas entretanto para o fabrico da arma, a um grupo de empresários da indústria de armas norte-americanos por uns fantásticos... 50 mil dólares (uns míseros 40 mil euros!).


São muitos casos a cair sobre esta pessoa, ou ele é o Homem mais perseguido neste país desde D. Afonso Henriques ou então.... É Paulo Portas mesmo.