terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Ícones para a luta que continua
No pós-guerra, entre os anos 50 e 80, movimentos populares de auto-gestão que passaram pelo leste europeu, norte da áfrica e médio-oriente, como ventos de libertação.
Governos populares foram se estruturando em resposta a pressão dos movimentos, entre eles figuram o de Tito Broz no leste europeu e o de Gamal Abdel Nasser do norte da áfrica. Figuras potencializadoras, parecidas com o actual Hugo Chávez Frías, que se formaram no pós-guerra e no não-alinhamento crítico, sendo irreverentes tanto à U.R.S.S. quanto aos E.U.A. Potencializaram a fundamentação do bem público social, dentro dos limites do Estado.
O Mundo sofrera influência das bases socialistas representadas antigamente por Gamal Abdel Nasser em processos de mudança social. A revolta popular no Egito eclodiu agora em 2011, atraindo olhares dos grandes órgãos de comunicação ocidentais. A mesma tenta enquadrar a revolta como se fosse uma simples petição democrática em um país primitivo de muçulmanos, porém os egípcios em combate apresentam sua cultura e suas alternativas ao modelão globalizado, aquilo a que chamamos pelo nome de lutas de classes, as lutas das massas oprimidas e exploradas.
A grande comunicação social escolheu o Egipto , para apresentar uma certa singularidade, mas pessoas do mundo inteiro estão atentas que o que acontece no Egito está acontecendo em outras partes do mundo, como na Grécia europeia - a qual a grande comunicação não divulga os seus grandes e vigorosos movimentos de massas, por medo da repercussão aqui pelos países da Europa, uma vez que as crises do capitalismo global (as boas crises) são uma resposta a globalização que sempre aumentos a exploração dos povos e gera mais crises em cima de crises.
Estas crises que estão longe de serem apenas económicas, são políticas, jurídicas, culturais pelo Médio-Oriente, Norte de África e por vários países do mundo ... E espero que esta crise social que possa ser radicalizada na projecção do protagonismo popular, para varrer este capitalismo doente, em agonia globalizado.
Tunísia, Egito, Grécia ( Líbia) ... quem sabe Tailândia, quem sabe o Níger, quem sabe se na Europa não vamos fazer o mesmo. Em todos os pontos do mundo existem povos que estão cheios do capitalismo, de sistemas corporativos e injustiças seculares.
Talvez posso dizer hoje com o meu conhecimento de história que Gamal Abdel Nasser, Vasco Gonçalves, Hugo Chavez, Tito, são o simbolismo para pessoas em movimento, é o que significa propostas para "Mundos" diferentes e mais próximos das pessoas. Haverá uma época em que as pessoas não precisarão mais de símbolos de força popular como foi Gamal Abdel Nasser, precisarão só de suas próprias competências e compreenderão que não será preciso Estado ou governança popular, porque seremos nós a governar, mas para isso serão ainda preciso séculos de luta.
Para dar novo rumo a luta das pessoas é necessário ter memória, recapitulando ícones complexos ( ainda mais antropológicamente para o nosso ocidente imbecilizado pelos grandes órgãos de comunicação social do século XXI ) transitórios da luta popular, como Gamal Abdel Nasser.
Temos que reconhecer e o povo do Egipto conhece Gamal Abdel Nasser, uma parte do fervor do que é a identidade popular egípcia do agora.
A luta continua.
Publicada por
Miguel Leite
à(s)
16:38
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