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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Vários disparates....



Hoje no blog, quero publicar um artigo sobre o inenarrável Bloco de esquerda , mas quero dizer que não sou um anti-bloquista fervoroso, apenas quero é fazer um reparo para que o Bloco deixe o seu anti-comunismo, para que deixe de ser um pássaro que coloque o seu bico para onde sopre o "vento", quero que o Bloco deixe o seu oásis politico, a fantasia, crie de facto um programa politico e ideológico, em detrimento de as causas pouco ideológicas: o aborto (felizmente aprovado mas já defendido pela tese de Álvaro Cunhal décadas antes), as drogas, os direitos LGBT, as preocupações ecológicas, liberdade religiosa, etc. Isto não são causas ideológicas. Metade são direitos humanos sagrados (como os direitos LGBT) e a outra metade é bom-senso pos-moderno como as drogas.



A retórica do BE, citada pelos documentos oficiais, é efetivamente de um esquerdismo radical. Mas a sua prática política, consubstanciada nas medidas que propõe na Assembleia da República e fora dela, está muitíssimo afastada dessa retórica. Na prática, o BE não anda longe de um partido social-democrata clássico dos anos 70, acrescentado de uns pozinhos de modernidade. A prática política do BE nada tem a ver com a sua retórica radical.



Por exemplo por razões de ética e de forma de estar na política têm que ser coerentes, porque por exemplo quando o Expresso revelou que Francisco Louçã e outros elementos do Bloco de Esquerda investiram em PPR, enquanto deputadas bloquistas compraram acções em privatizações, apesar de o programa eleitoral do partido defender o fim dos planos-poupança reforma e das privatizações.


Então como defendem o sistema da Segurança Social, com um conteúdo universal e geral. Seria obviamente no sistema público que teriam de encontrar respostas que hoje são devidas a muitos portugueses, particularmente a reformados e trabalhadores que eles tanto dizem defender.


Fizeram um Rebranding é uma expressão em inglês do âmbito do marketing, que pretende traduzir a ideia de um processo através do qual um qualquer produto ou serviço que era produzido e/ou comercializado através de uma marca ou associado a uma determinada empresa passa a sê-lo através de uma nova marca ou através de uma outra organização. Quase sempre, essa transição envolve mudanças significativas na sua designação comercial, no seu logótipo, na imagem, na embalagem ou na publicidade. O objectivo é o de eliminar as conotações negativas que estivessem associadas a qualquer das características do produto ou serviço original…

Com a reputação de o detestar visceralmente, não sei como Francisco Louçã lidará com a subdisciplina do capitalismo que dá pelo nome de marketing… Uma coisa é certa: não se impressionando com as aparências e com os aspectos litúrgicos do seu discurso, o marketing, como se lê na definição acima, tem uma definição precisa da operação que ele, mais os seus correligionários da UDP e da Política XXI montaram há 10 anos para transformar três organizações marginais da extrema esquerda política portuguesa numa nova entidade, que se pretendia substancialmente desligada da carga de radicalismo associada a elas.



Se a Política XXI é um grupo de intelectuais e uma dissidência de dissidentes do PCP, aparecido em 1994, 5 anos antes dessa fusão, tanto o PSR (que foi fundado em 1978), como a UDP (fundada em finais de 1974) vão buscar a sua origem a organizações também de intelectuais que haviam sido criadas antes do 25 de Abril: em 1970, 1971 ou 1973. Há ali, pelo menos, uns 35 anos de história, e, na essência, quando aparece, nada é novo no Bloco de Esquerda, a não ser, como as técnicas de rebranding preconizam, o logótipo, a imagem, a embalagem e a publicidade… E, muito importante em política, as pessoas (aparentemente).


Para atingir o ridículo assinaram assim na sua VI convenção um vazio, um fantasma, apenas um marasmo na ociosidade ideológica aqui vos deixo a pérola no curriculum:

"Os activistas de um movimento-partido como o nosso necessitam de debates políticos, sem a presença das câmaras de TV e dos microfones dos jornalistas, que lhes permitam colocar, entre si, com clareza, as suas dúvidas e as suas preocupações.

Foi assim que nos apercebemos das dúvidas existentes em alguns camaradas, preocupados com aquilo que dizem ser a fragilidade da identidade ideológica do Bloco e a necessidade de um programa político consistente. Aquilo a que alguém chamou uma "Bíblia" que nos permita confrontarmo-nos com os programas dos outros partidos, na luta pelo poder.

Também aqui nos parece estarmos perante preocupações que têm a ver com a falta de debate político permanente dentro do nosso movimento.


A identidade ideológica do Bloco de Esquerda está claramente definida desde há dez anos e consta do artigo 1.º dos Estatutos por nós aprovados. Diz lá que somos um movimento de cidadãos e cidadãs que assume a forma de partido político, comprometendo-nos na luta intransigente pela liberdade e na busca de alternativas ao capitalismo, na perspectiva do Socialismo.

Quanto a um "programa político" para o Bloco, consideramos que este vai sendo construído pelos contributos de cada um de nós em colectivo, na perspectiva da resolução dos problemas que se vão colocando na sociedade portuguesa. Não pretendemos nenhuma "Bíblia" ditada por quem quer que seja, por melhores que sejam as intenções. Não temos que nos confundir com nenhum outro partido ou movimento, não por pretendermos ser os melhores, mas porque queremos ser diferentes.


No âmbito de um movimento que se pretende abrangente e de tipo novo, mais definições do que as que são apresentadas serão particularismos que só podem restringir a participação dos nossos concidadãos.

Dentro do BE nunca foram colocadas as peias dos diferentes "ismos" que poderiam provocar divergências artificiais. É nesse sentido que esperamos continuar a ver prosseguir o Bloco como um movimento inclusivo e plural, onde não se pergunte a quem chega de onde vem, mas para onde quer ir."


Assim sendo podemos constatar aqui o Bloco é:
(atenção deixei o espaço em branco para traduzir o conteúdo que possuem)



Agora esta questão da moção de censura, mais um disparate, onde nem sabemos bem se é um frete ao Partido Socialista para garantir que a moção de censura nunca ira vencer de futuro, se é mais uma tentativa de lutar contra o PCP, se é como diz Daniel Oliveira no Expresso "o Bloco queria eleições antecipadas, queria que o PSD clarificasse a sua posição em relação ao Governo, queria antecipar-se ao PCP, queria pedir desculpas por ter apoiado Manuel Alegre ou apenas queria aparecer na televisão durante um mês"


Quando assistimos ao maior absurdo da politica Portuguesa de todos os tempos, o maior disparate alguma vez visto na história da politica, onde o Bloco pediu aos deputados do PSD para não votarem a sua moção. Acho que nunca tinha visto um partido fazer campanha pelo voto contra uma proposta sua.



Tenho dito....

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