Registo sobre a Líbia

Decidi escrever no blog sobre a situação da Líbia, sobre a execução bárbara e sumária de Kadhafi, que está a ser informada, de uma forma notoriamente sectarizada e tendenciosa.

Antes de falar sobre a morte de Kadhafi, é preciso dizer que a Democracia na Líbia está cada vez com uma aparência negra, arrisco dizer que será um regime fantoche de Sarkozy e de Cameron com a benção de Obama.

O facto de ninguém noticiar que por exemplo a Líbia se rege neste momento pela lei Sharia, que permite nesse enquadramento cortar a mão de homens que sejam condenados por roubo, matar se forem condenados por homicídio , mas também complicar e de que maneira a vida das mulheres, tanto na questão do divórcio, como na questão da da integridade física e moral das mulheres. Recordo que a lei Sharia foi banida da Líbia em 1978 por Kadhafi.


É preciso agora também dizer que a situação Líbia, foi tratada de forma claramente diferente dos restantes país, aos quais refiro o Egipto, a Tunísia , Iémen, Síria.
Dois factores foram cruciais para a Líbia ter conhecido este desfecho:
O Petróleo e a superioridade do regime de Kadhafi, que jamais teria sido derrotado, se os bombardeamentos da NATO não tivessem arrasado com as suas forças e destruído o país.


França, Inglaterra e EUA começaram a desenvolver o clima favorável e a guerra psicológica contra a Líbia, sedentos para começarem a saquear os recursos líbios e ganharem fabulosos negócios com a reconstrução e de armamento para o novo governo, de capitais líbios espalhados por esse mundo fora, serem distribuídos pelos países que determinaram este desfecho.

Nos países que eu acima referi, nenhum deles seguramente vai conhecer uma espécie de resolução 1973, que mais do que uma resolução da ONU para salvaguarda dos direitos humanos, foi mais uma ronda negocial, entre potências, com vista a salvaguardar interesses dos envolvidos.

A situação na Líbia era de guerra civil, lamento profundamente toda e qualquer guerra, Kadhafi, também era um ditador, ninguém duvidava disso, mas a verdade, é que a ONU não devia ter permitido tal ingerência e violação de soberania e do principio de auto-determinação. Era uma questão interna, que ninguém devia interferir e ponto final, isto à luz do direito internacional.

Devemos referir, que a mesma resolução 1973, apenas visava proteger civis e não derrubar a forma de governo líbio, que foi o que viria a acontecer.
No entanto, esta resolução que visava proteger os civis líbios, esqueceu que os ditos rebeldes, também competiram com kadhafi nas atrocidades e nas violações de direitos humanos, culminando com o triste espectáculo que todos assistiram em todo o mundo.

Tudo seria agradável, se o próprio povo líbio se tivesse libertado, sem as bombas das potências ocidentais decadentes em economia, na estratégia de fuga para a frente, tentando resolver os seus problemas económicos, com o saque.

Em relação ao assassinato de Kadhafi, sou manifestamente contra, isto porque sou contra a pena de morte e a tortura, mesmo quando esta era aplicada por Kadhafi.
São imagens horrendas, repletas de violência gratuita, infestadas de ódio.
A solução ideal, seria o julgamento, segundo as leis nacionais, com direito a defesa e com toda a dignidade que qualquer ser humano merece.

No entanto a pergunta que vai sempre ficar no ar, para qual não necessário será dar uma resposta, porque o óbvio está bem patente: Foram Sarkozy, Cameron e Obama e é por isso que toda esta história é muito bizarra. Porquê ? E para quê ?