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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Os verdadeiros culpados do crime de Oslo...



O neo-fascismo começa na minha óptica, com a velha tese da nação predestinada, a única capaz de salvar a humanidade, foi assumida pelo presidente Bush em tempos,que fez dela coluna mestra da Nova Ordem Mundial, cujos cimentos teóricos foram reformulados após o 11 de Setembro. Uma concepção maniqueista da vida foi posta a serviço da estratégia imperial de retaliação. A luta contra o terrorismo passou a servir de suporte a uma política de terrorismo de Estado, sem precedente pelo estilo. Na cruzada universal proclamada pela Casa Branca, até Deus foi mobilizado. E advertiu: quem não estivesse com ela seria considerado inimigo e como tal tratado.
Hoje já começou um novo fenómeno, o fenómeno dos grupos que florescem como cogumelos venenosos, incitados e apropriados por mãos ocultas....
A agressividade e a irracionalidade dessa estratégia configura um assalto à razão.
Anders Behring Breivik nasce assim, neste meio, neste jangada de cruzadas e de assaltos pela manutenção da liberdade e do multiculturalismo, contra o marxismo.


Nada acontece por acaso, o massacre o do último fim-de-semana foi um ataque à "concepção liberal das democracias modernas e aos fundamentos do projecto europeu", e por isso devem servir para uma profunda reflexão por parte dos responsáveis políticos que, directa e indirectamente, contribuíram para validação de tal discurso de ódio e intolerância. Refiro-me nomeadamente à direita ‘mainstream' e conservadora que tem dado cobertura a leituras maniqueístas que sistematicamente individualizam e discriminam amplos sectores da sociedade (como os emigrantes, população LGBT, mulheres, etnias minoritárias, etc).



Basta, aliás, recordar as palavras da Chanceler Alemã ("o multiculturalismo europeu falhou"), rapidamente subscritas por Cameron ou Sarkozy, ou apreciar as posições de alguma direita em relação a qualquer proposta "progressista" que procure combater a discriminação e falta de inclusão de certos grupos sociais para confirmar esta afirmação.


Não procuro, naturalmente, acusar esta direita de qualquer responsabilidade directa nos eventos do fim-de-semana, mas não posso deixar de afirmar que têm contribuído, ao nível do discurso e das práticas políticas, para o caldo cultural de intolerância que hoje contamina a Europa. E duas razões ajudam a explicar este comportamento: um eleitoralismo cínico que aproveita o descontentamento social face à crise e uma visão retrógrada e conservadora do mundo e das liberdades individuais.

Assim começou o fascismo do século passado meu caros leitores...

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