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terça-feira, 5 de julho de 2011

Realidade Social Escolar.




Em boa verdade, a justiça social na situação escolar portuguesa é difícil de alcançar, trata-se de facto de um equilíbrio muito difícil, já que as condições de partida são necessariamente distintas e não podem ser anuladas, por isso quando o novo ministro tal e qual ele diz pretender justiça, gostava de saber se de facto ele entende a realidade das escolas e dos jovens portugueses?

Os filhos das classes mais desfavorecidas não têm as mesmas condições de base para o arranque e para o desenvolvimento do seu percurso escolar. Quando comparadas com os filhos das classes favorecidas, têm condições de higiene, salubridade e habitabilidade significativamente mais degradadas, vivem em contextos sociais degradados sob o ponto de vista habitacional, social e económico, convivem mais facilmente com fenómenos de alcoolismo, violência física e psicológica, instabilidade económica e social, toxicodependência, desagregação familiar e social, disfuncionalidades familiares e comunitárias, criminalidade, doenças e saúde precária, fome, miséria, frio, etc, etc...

Os filhos das classes sociais mais desfavorecidas têm ainda a desvantagem de, ao contrário dos filhos das classes favorecidas, não terem enciclopédias e livros em casa, assim como não terem, normalmente, pais dotados de uma instrução elevada, computador e Internet em casa para auxiliar seu percurso escolar.

Por estas e outras razões, há que ter cuidado com esta questão. Não sou e nunca fui a favor do facilitismo do que fala o no ministro. Mas o discurso das "exigências iguais" pode muito bem ser o discurso da construção de novas desigualdades e agravamento da situação escolar do país.

Se ele quer de facto construir uma casa, que comece pelos alicerces e não destrua o telhado, porque como já disse, a educação tem problemas, mas não queremos matar a educação com a "Cura".

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